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Política

CPI dos táxi começa a colher depoimentos na próxima segunda-feira

A primeira a ser ouvida será Francisca Pereira dos Santos, viúva e inventariante de Moacir Joaquim de Matos

Lucas Junot | 08/07/2017 08:13
O cerne das investigações é a concessão de alvarás e a concentração das permissões a poucas pessoas (Foto: Marcos Ermínio)
O cerne das investigações é a concessão de alvarás e a concentração das permissões a poucas pessoas (Foto: Marcos Ermínio)

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga possíveis irregularidades no serviço de concessão de alvarás de táxi em Campo Grande dará inicio às oitivas a partir de segunda-feira (10). No total, 15 pessoas jurídicas foram intimadas a comparecer para prestar esclarecimentos sobre a maneira como receberam os alvarás.

A primeira a ser ouvida será a empresária Francisca Pereira dos Santos, viúva e inventariante de Moacir Joaquim de Matos, que morreu no dia 31 de outubro do ano passado. Ele foi dono da Rádio Táxi, pioneira no serviço de acionamento das caronas por meio de equipamentos de rádio. Matos, que chegou a ser conhecido na cidade como o “rei dos táxis”, tinha frota com 51 veículos.

Só no nome dele estão 27 alvarás, que agora pertencem ao espólio da família. A mulher dele, Francisca Pereira dos Santos, tem 15 licenças e o filho Elton Pereira de Matos, outras nove.
Francisca e Elton terão de explicar aos vereadores integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito como conquistaram tantos alvarás.

Segundo o vereador Vinícius Siqueira (DEM), presidente da CPI, “a cidade deve acompanhar bem de perto estes interrogatórios, já que há anos fala-se desta concentração de alvarás nas mãos de poucas família.”

As oitivas deverão ser realizadas segunda (10), quarta (12) e sexta-feira (14), das 8h às 12h, no Plenário Edroin Reverdito.

Na sequência também serão ouvidos Elton Pereira de Matos, Orocídio de Araújo, Maria Helena Juliace de Araújo, Benevides Juliace Ponce, Gleicekermen Bogarim Godoy Ponce, Marco Aurelio Ferreira, Maria de Lourdes Dantas Ferreira, Maria Helena Martins Panissa Startari, Vanilde Roberti, Antonio Oliveira dos Santos, Marcia Oshiro, Nelson Kohatsu, Cleoneve Flavio da Silva.

O pedido para a instauração da CPI foi protocolado na Câmara Municipal no dia 11 de abril após Siqueira ter acesso à documento da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) com o nome dos 490 permissionários do serviço de taxi na Capital.

De posse desse documento, o vereador observou que boa parte dos alvarás estavam concentrados nas mãos de grupos familiares e resolveu investigar. Na ocasião, a CPI foi instaurada com 19 assinaturas dos demais parlamentares.

Também fazem parte da Comissão os vereadores Odilon Junior (PDT), Veterinário Francisco (PSB), Pastor Jeremias (PT do B) e Junior Longo (PSDB).

Maior frota – Em outubro do ano passado, o advogado Osvaldo Pimenta de Abreu, que representava a família de Moacir, revelou ao Campo Grande News que o empresário era “o maior comprador de Wolkswagen de Mato Grosso do Sul”. Além da frota de táxi, ele era dono de empresa de locação de veículos.

Moacir de Matos nasceu na cidade de Valparaíso, São Paulo. Em julho de 1956 seus pais chegaram a então Vila Glória, que hoje é município de Glória de Dourados, no então Mato Grosso.

Em novembro de 1975, ele chegou a Campo Grande e começou a trabalhar como motorista de táxi auxiliar e foi em 1977 que se tornou dono de seu primeiro táxi.

Em 1987, já proprietário de uma pequena frota de sete veículos, fundou uma cooperativa de taxistas e a Rádio Táxi.

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