CPI vai esclarecer números da previdência à população, diz senador
Moka espera que oposição não use CPI para fazer política
O senador Waldemir Moka (PMDB) avalia que a CPI da Previdência vai esclarecer os números e real situação do setor para a população e inclusive ajudar os parlamentares, na hora de avaliar o projeto enviado pelo governo federal, antes de decidir pelo voto.
"A maioria dos colegas entendeu que era importante e não se trata de uma ação da oposição".
Moka destacou que existem muitos debates sobre a "real situação da previdência", portanto é importante ter uma CPI até para embasar os números apresentados.
"Neste levantamento vai mostrar o tamanho do déficit (previdência), até para facilitar a compreensão de todos, não acredito que a União resolveu fazer uma reforma apenas para prejudicar os trabalhadores".
O senador reconhece que tem muitas restrições ao texto original, principalmente em relação aos temas polêmicos. "Fica difícil de concordar com 49 anos de contribuição, assim como mesma regra a todos os trabalhadores, por isso é importante discutir com calma, ter um debate claro com a sociedade".
Ele citou que a maioria dos integrantes da base concordou com a criação da CPI e espera que a oposição também tenha como objetivo o esclarecimento dos fatos. "Evidente que usar a comissão para fazer política não é o correto, precisamos é trazer especialistas para debater o tema, abrir espaço para as diversas análises".
O deputado Carlos Marun (PMDB), presidente da comissão especial da Reforma da Previdência, também apoia a CPI no Senado, mas se mostrou preocupado, com um eventual "atraso" na votação. "Entendo que o quanto mais cedo conseguirmos um texto convergente, mais rápido iremos enfrentar este déficit", ponderou Moka.
Trabalho - A CPI vai investigar a contabilidade da Previdência Social, esclarecendo com precisão as receitas e despesas do sistema, bem como todos os desvios de recursos, sejam anistias, desonerações, desvinculações, sonegação ou outras retiradas de fontes do setor, tendo o enfoque não apenas nos valores, mas também os beneficiários desses desvios.
O requerimento para instalar a CPI teve a assinatura de 58 senadores, contando com a adesão dos três representantes de Mato Grosso do Sul - Waldemir Moka (PMDB), Simone Tebet (PMDB) e Pedro Chaves (PSC) - quando eram necessários apenas o apoio dos 27 dos 81 parlamentares.
A comissão terá sete titulares e cinco suplentes, indicados pelas bancadas partidárias do Senado. O prazo para a conclusão dos trabalhos é de 120 dias, prorrogável por mais 60 dias, caso haja aprovação no plenário. Serão realizadas reuniões e depoimentos, tendo no final um relatório e conclusão dos trabalhos.