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Política

De olho em um mandato, servidores se afastam para fazer campanha

Nos últimos dias, pelo menos 50 foram afastados pelo Executivo Estadual para disputar as eleições

Por Maristela Brunetto | 15/08/2024 13:01

Interesse pela política faz servidores buscar mandato; na Capital, pelo menos 4 militares concorrerão à Câmara (Foto: Arquivo/ Marcos Maluf)
Interesse pela política faz servidores buscar mandato; na Capital, pelo menos 4 militares concorrerão à Câmara (Foto: Arquivo/ Marcos Maluf)

Nos últimos dias, os Diários Oficiais trouxeram o afastamento de servidores públicos para a disputa por vagas nas eleições deste ano. A maioria, de olho em cadeiras nas Câmaras Municipais. O levantamento, feito com base nos atos publicados no Diário Oficial do Estado, aponta o afastamento de pelo menos cerca de 60 do serviço público estadual, o maior grupo da Segurança Pública.

De policiais militares foram 21 afastamentos e outros 9 bombeiros, a maioria praças. Até a subcomandante da PM, coronel Neidy Centurião, afastou-se do cargo em junho e foi escolhida vice do candidato tucano Beto Pereira, em coligação com o PL. O número ainda pode aumentar porque o prazo limite para inscrições de candidaturas na Justiça Eleitoral vence hoje e podem surgir afastamentos ainda não publicados. Além disso, integrantes da reserva também devem concorrer.

Outras quatro mulheres da PM concorrerão em 6 de outubro, três delas à Câmara da Capital. Além de Neidy, um militar concorre ao Executivo em Nioaque, a vice-prefeito. Somente no caso da PM é especificado o mandato a que o servidor se candidatou.

No interior, em Aquidauana, consta que três PMs concorrerão, um pelo Avante, um pelo Republicanos e outro pelo PT. Na Capital, além das três mulheres há ainda um cabo que se afastou para concorrer à Câmara pelo PSD. Também há candidatos em Dourados, Bataguassu, Ivinhema, Maracaju, Corumbá, Nioaque, Sete Quedas, Glória de Dourados e Alcinópolis.

No caso dos militares, a legislação determina que sejam agregados, ou seja, afastados das funções, para se dedicar à política.

Ainda na área da Segurança, foram afastados 11 policiais penais e três agentes patrimoniais. Categoria numerosa de servidores, a educação também terá membros na disputa, com   a publicação de afastamento de sete candidatos no Diário Oficial. O número total no Estado, a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) não dispõe, mas sabe que 20 lideranças sindicais da entidade tentarão uma vaga no Legislativo, inclusive o presidente, Jaime Teixeira, que se afastou para concorrer a vereador na Capital, pelo PT.

Durante o afastamento, os servidores têm direito a seguir recebendo a remuneração. O calendário eleitoral prevê a antecedência no afastamento conforme a posição do servidor e o cargo que postula, podendo chegar a seis meses. No caso de militares, quem tem menos de 10 anos de corporação não pode ser agregado, precisa deixar o serviço público ou pedir licença. A legislação prevê condição especial para os militares se afastar, já que são impedidos de ter atuação política e filiação partidária. Para eles, o afastamento ocorre quando o nome é confirmado pela convenção, antes do pedido de registro  da candidatura.

Abrir canais – Tanto a presidente da Fetems, professora Deumeires Morais, quanto o presidente da Associação e Centro Social da PM e Bombeiros, subtenente Fabrício de Carvalho Moura, consideram que a eleição de colegas para mandatos eletivos contribui para a valorização das profissões e suas demandas, facilitando a interlocução com autoridades públicas.

Moura considera que militares procuram o espaço da política em busca e representatividade para demandas da segurança, como questões sociais vivenciadas pelos policiais, a exemplo dos riscos no dia a dia, o stress. Ele analisa que o ideal seria os servidores terem concentrado esforços em torno de um nome, para torná-lo mais viável, ao comentar sobre as múltiplas candidaturas em Campo Grande e Aquidauana, que podem pulverizar os votos.

No caso dos professores candidatos, Deumeires entende que a bagagem profissional da educação pode ajudar a elaborar projetos e dar voz a outros grupos, como movimentos sociais, negros, mulheres e “todas as pessoas que precisam de uma voz nesses espaços de poder.” Especificamente para os profissionais, a eleição de um professor para o parlamento ajudaria a alcançar “espaços de poder, de disputa, de debate, de ideias, representados pelas pessoas que defendem as nossas pautas e as nossas bandeiras.”

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