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Política

De recepcionista a sócia da Proteco, com ganho mensal de até R$ 40 mil

Paulo Yafusso | 29/09/2015 09:54
Elza Cristina prestou depoimento ao Gaeco no último dia 24, acompanhada de três advogados, dois deles vindos de SP (Foto: Marcos Ermínio)
Elza Cristina prestou depoimento ao Gaeco no último dia 24, acompanhada de três advogados, dois deles vindos de SP (Foto: Marcos Ermínio)

De uma simples recepcionista a sócia de empresa, com retirada que chega em alguns meses próximo dos R$ 40 mil, levando-se em consideração o pro-labore e a participação societária. Essa é a trajetória de Elza Cristina Araújo dos Santos, a “braço direito” do empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco e que, segundo investigações da Operação Coffee Break, teria sido um dos articuladores da cassação do prefeito Alcides Bernal, ocorrido em março do ano passado.

Em depoimento prestado no último dia 24 ao promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco, Elza Cristina afirmou que começou a trabalhar na Proteco como recepcionista ganhando salário comercial. Com o tempo foi progredindo na empresa, até que em 2008 foi convidada por João Amorim a ser sócia na Proteco, com 2,5% de participação.

Até ser sócia, Elza Cristina recebia salário entre R$ 3 mil a R$ 4 mil. A partir de 2008 passou a receber pro-labore mensal de R$ 6.500,00 e entre R$ 20 mil a R$ 30 mil pela participação societária na Proteco.

Articuladora – O depoimento dela mostra que o empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos, a usava para intermediar reuniões com os vereadores. Segundo Elza, o empreiteiro mantinha contatos frequentes com os vereadores e as reuniões eram realizadas primeiramente no escritório do Edifício Quinta Avenida e depois na sede da Proteco.

No próprio depoimento ao Gaeco, Amorim diz que Elza Cristina era o seu “braço direito”. Ao Gaeco, ela afirmou que duas ou três vezes esteve pessoalmente na Câmara Municipal, “sempre a pedido de João Amorim”, para agendar reunião com os vereadores, e que nessas ocasiões foi recebida por Mário César, afastado da presidência da Câmara desde o dia 25 de agosto, data em que foi deflagrada a Operação Coffee Break.

No depoimento, Elza Cristina afirma que nunca marcou reunião entre Gilmar Olarte e João Amorim, e que não conhece Daniel Elias Daige, genro de Olarte. Ao ser questionada sobre o “cafezinho”, ela afirmou que era a forma que usava para os convites para a reunião com Amorim e não tinha como propósito o pagamento de propina.

Além de atuar como uma “secretária particular” do empreiteiro, Elza Cristina de Araújo afirmou que acompanha o andamento dos contratos firmados com órgãos públicos e também dos recebimentos, e que não participa das medições dos serviços executados, tarefa que é de responsabilidade do setor de engenharia da empreiteira.

Como secretária, Elza recebia salário entre R$ 3 mil a R$ 4 mil. Mas retirada chegava a
R$ 40 mil. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Como secretária, Elza recebia salário entre R$ 3 mil a R$ 4 mil. Mas retirada chegava a R$ 40 mil. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
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