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Política

Delcídio adia retorno ao Senado para resolver questões jurídicas e fazer exames

Ricardo Campos Jr. | 22/02/2016 17:04
Delcídio adia retorno ao Senado (Foto: Pedro França / Agência Senado)
Delcídio adia retorno ao Senado (Foto: Pedro França / Agência Senado)

O senador Delcídio do Amaral (PT) adiará o retorno aos trabalhos legislativos. Segundo informações da Folha de São Paulo, a assessoria de imprensa do petista informou que ele precisa resolver questões jurídicas e fazer exames médicos.

Inicialmente a volta de Delcídio estava marcada para terça-feira (23), quando ele havia prometido ocupar a tribuna para um discurso e depor à Comissão de Ética. Ele foi gravado tentando ajudar na fuga do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró e ficou preso durante 87 dias, tendo sido solto na sexta (19).

Conforme os advogados do parlamentar, uma das dúvidas é quanto ao horário de trabalho do senador. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki autoriza a permanência de Delcídio no Congresso durante o dia, devendo ficar em prisão domiciliar durante a noite e em dias de folga.

A defesa pede esclarecimentos sobre a decisão, já que muitas vezes as sessões se estendem até a noite.

Conforme a Folha de São Paulo, Delcídio deverá renunciar à presidência da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). Na semana passada, o PT pediu a destituição do parlamentar e sua substituição por Donizeti Nogueira (PT-TO), tendo definido por acordo interno o nome da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) para presidir a comissão.

Prisão – O petista foi detido em novembro como desdobramento da operação Lava Jato. Desde então, o parlamentar, mantido inicialmente na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, foi transferido para o presídio militar, teve a prisão mantida pelo STF e Senado, e agora aguarda o retorno dos trabalhos do judiciário e legislativo para entrega de nova defesa.

Segundo a PGR (Procuradoria Geral da República), que já denunciou o senador ao STF, ele teria agido de forma a dificultar a colaboração premiada de Cerveró, com o objetivo de evitar que fosse divulgado seu envolvimento nas possíveis irregularidades da Petrobras. O petista ainda foi gravado oferecendo um plano de fuga ao ex-diretor.

Havia cogitação, até agora negada pela defesa, de o senador aderir à delação premiada, o que foi reforçado quando o parlamentar contratou o advogado Antonio Figueiredo Basto, em dezembro passado, especialista em acordos de colaboração.

Ele é responsável pelo processo de colaboração do doleiro Alberto Yousseff. Além disso, há informações de que o petista teria voltado a manifestar irritação com o governo e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

No começo de fevereiro, a defesa do senador pediu ao STF a anulação do vídeo em que ele supostamente oferece ajuda na fuga de Cerveró e tenta impedir a delação premiada. As imagens foram gravadas por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, e usadas pelo MPF (Ministério Público Federal) para embasar o pedido de prisão do parlamentar.

Os advogados alegam que Bernardo agiu como “agente infiltrado” ao gravar o encontro com o petista. Dessa forma, as imagens carecem de autorização prévia da Justiça para serem usadas como prova. Além disso, a defesa alega também que o senador não pretendia perturbar as investigações e que a reunião onde o vídeo foi gravado foi marcada como uma armadilha para Delcídio.

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