Deputada pede reforço policial para nova audiência sobre Escola sem Partido
A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) vai insistir na realização de uma audiência pública para debater o projeto Escola Sem Partido. A primeira tentativa de discutir o tema com a sociedade foi frustrada após tumulto de manifestantes e agora ela quer reagendar o evento com reforço na segurança para garantir que ele comece e termine sem transtornos.
Ela faz questão que o debate seja na Assembleia Legislativa e por isso depende da vacância de horários no plenário, que tem ficado indisponível não apenas pelo agendamento de outros eventos, mas também por obras de manutenção na rede de energia e internet.
“Estou tentando buscar uma data. Se não houver plenário até o fim ano, eu deixo a audiência em 2018, mas ela tem que ser na Casa de Leis”, afirma.
Se isso acontecer, ela pretende suspender a tramitação do projeto para que ele não seja votado até que seja debatido no evento.
Tumulto – Mara disse ter ficado desapontada com as manifestações que impossibilitaram o diálogo entre os presentes. “Parecia que eu estava na Venezuela. Estavam todos de vermelho, eram esquerdopatas que não nos deram direito de usar a palavra. Não acredito que eles representem os professores de MS”, opina.
A audiência foi promovida em conjunto com Coronel David (PSC), Paulo Siufi (PMDB), Lídio Lopes (PEN) e Maurício Picarelli (PSDB), também autores do projeto. Foram convidados representantes nacionais do programa, entre eles um dos fundadores, o advogado Miguel Nagib.
Os professores, contrários à proposta por entenderem que ela funciona como censura ao debate de questões importantes no ambiente escolar, protestam. Palavras de ordem como “Retirem o projeto!” e “Sabemos os nossos deveres!” foram clamadas, em coro, pelos educadores
Mara partiu ao contra-ataque, usando o microfone. “É uma pena que nossos filhos sejam educados por esse tipo de gente”, esbravejou a parlamentar, em referência aos professores.
Inconstitucional – Entre os deputados, Pedro Kemp (PT) se destaca nas críticas à proposta. "Tenho uma posição formada, que se trata de um projeto inconstitucional, com decisão do STF (Supremo Tribunal Federal)", afirmou.
O parlamentar disse, ainda, que vai apresentar na semana que vem, parecer contrário ao projeto, na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), no qual é relator. Se os colegas de comissão seguirem o voto, a matéria pode ser arquivada. No entanto se houver discordância, segue para votação no plenário.