Deputadas defendem maior espaço na política e igualdade para as mulheres
Durante a solenidade em comemoração ao "Dia Internacional da Mulher", as deputadas estaduais aproveitaram para defender maior espaço na política, igualdade no mercado de trabalho e diminuição no índice de violência, em Mato Grosso do Sul. O evento ainda marcou a entrega de medalhas para mulheres que tiveram atuação decisiva na busca por estes direitos.
A deputada Mara Caseiro (PSDB) lembrou que já houveram conquistas, no entanto existe muito a se fazer, principalmente em relação às vítimas de violência doméstica, que apesar de todas as campanhas, tem aumentado o número de casos. "Esta agressão ocorre quando a mulher busca sua independência, decidir sobre o futuro, porém a sociedade ainda é machista, tem homens que não aceitam".
Ela ressaltou que apenas com educação pode-se mudar este cenário no futuro. "Inadmissível esta situação no século XXI, mundo moderno, ainda termos estes ataques, só educação para mudar este processo, tivemos avanços com a Lei Maria da Penha, mas ainda é pouco". Também citou o espaço na política que ainda pequeno. "Só estando no poder, podemos propor programas e leis para protegê-las".
Já Antonieta Amorim (PMDB) citou a desigualdade nos salários, mesmo ocupando a mesma função. "As mulheres ganham menos, temos que mudar, o que a mulher quer é respeito, os índices de violência doméstica estão aumentando, com vítimas que são brutalmente assassinadas".
Homenagens - As deputadas homenagearam 20 mulheres, com a entrega do troféu "Celina Jallad", por terem atuação decisiva na luta pelos direitos e promoção social no Estado. Entra as agraciadas estavam a primeira-dama, Fátima Azambuja, a vice-governadora Rose Modesto (PSDB), as vereadoras Carla Stephanini (PMDB), Magali Picarelli (PSDB) e Luiza Ribeiro (PPS), assim como a conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), Marisa Serrano, a secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta, e a superintendente de Políticas Públicas para as Mulheres, Luciana Azambuja.
"O que as mulheres precisam é de oportunidade, conceder os seus devidos direitos, assim como o apoio do governo estadual com políticas públicas e novas leis que possam dar proteção", disse Rose Modesto. Para Fátima Azambuja deve se continuar a luta para reduzir o índice de violência no Estado, que ainda é alto, apesar das ações da atual do poder público.
A vereadora Carla Stephanini (PMDB) ponderou que a maior prioridade é chegar ao poder político, pois assim as mulheres estarão em locais e cargos para defender as demais pautas, como violência, mercado de trabalho e outras conquistas. "Ocupar o espaço que nos compete, somos a maioria da população e de eleitores, precisam estar a frente das decisões da sociedade".
Protesto - Um grupo de dez mulheres fez um breve protesto no evento. Com cartazes e faixas, elas pediram que seja retomado ou façam um novo projeto, sobre prevenção a abusos contra as mulheres, dentro do transporte coletivo, que foi vetado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e depois arquivado na Assembleia.
Representando diversas entidades diferentes, elas afirmaram que estes casos de assédio são frequentes nos ônibus da Capital. "Foi uma ideia que surgiu em audiência pública, mas foi vetado, gostaríamos que os deputados revessem esta questão", disse Maísa Oliveira, do grupo Marcha Mundial das Mulheres.
O deputado Rinaldo Modesto (PSDB), líder do governo, explicou que o projeto foi vetado, porque a PGE (Procuradoria Geral do Estado) chegou a conclusão que era inconstitucional, já que a implantação das medidas deve ser de iniciativa do Poder Executivo. "Mas nada impede um novo projeto e um diálogo com o governo para saber como poderia ser criada", explicou.