Deputado oferece 100 mil por resposta para dúvidas que a PF já esclareceu
Loester Carlos, do PSL, gravou vídeo junto com secretário parlamentar, apresentado como empresário, oferecendo a recompensa
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se recupera da quarta cirurgia feita em decorrência da facada sofrida durante a campanha eleitoral, no dia 6 de setembro do ano passado, seus aliados insistem na tentativa de achar mandante para o atentado, apesar de toda a investigação da Polícia Federal, acatada pela Justiça, indicar que Adélio Bispo, preso desde então em Campo Grande, agiu sozinho. Eleito deputado federal na “onda Bolsonaro”, o deputado Loester Carlos (PSL/MS), publicou nesta terça-feira (10) vídeo oferecendo recompensa de R$ 100 mil para quem tiver informações que levem ao mandante do crime.
No vídeo, gravado em Campo Grande, em frente à Morada dos Baís, Loester aparece junto de Ciro Fidelis, identificado por ele como empresário, mas que na verdade é secretário parlamentar no gabinete do deputado, com salário bruto de R$ 15 mil. O político diz ter tido uma ideia para esclarecer o atentado ao presidente que, segundo ele, ainda suscita questões capazes de “tirar o sono”.
Loester apresenta o “empresário” e fala da recompensa de R$ 100 mil a quem fornecer “informações que levem ao mandante e respondam à pergunta “quem mandou matar Bolsonaro?”
Ciro, então, cita as perguntas a serem respondidas, todas já amplamente comentadas pela Polícia Federal nas divulgações dos resultados das investigações.
Clique aqui e leia a conclusão da Polícia Federal sobre o atentado, no inquérito já encerrado.
A corporação concluiu um inquérito sobre o caso, apontado que Adélio agiu sozinho, por ter divergências políticas com o então candidato a presidente. Ele afirma ter recebido uma "mensagem de Deus". Na Justiça Federal, Adélio foi considerado inimputável, por ser doente psiquiátrico e foi determinada a internação sem prazo para terminar. Ele está no Presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande. Outro inquérito ainda está em aberto.
No vídeo, o deputado pede aos seguidores o compartilhamento da gravação para o maior alcance possível. Diz, ainda, que inclusive a família de Adélio pode colaborar, oferecendo apoio para entrar em programa de proteção à testemunha.
O parlamentar comenta, ainda, do prazo que a Polícia Federal recebeu, de mais 90 dias, para um segundo inquérito sobre o caso, que tenta identificar outras pessoas envolvidas e ainda esclarecer o pagamento do defensor de Adélio.
Na tela, aparece um número para o envio de mensagens por Whatsapp: o 99107-5856.
Confira abaixo as perguntas feitas pelo deputado e seu secretário parlamentar e as respostas que a Polícia Federal já deu a respeito.
Quem está pagando o advogado de Adélio? Um segundo inquérito sobre o caso em andamento tenta esclarecer essa dúvida. A apuração é para saber se o pagamento relatado pelos advogados de defesa realmente existiu. O advogado Zanone Manuel de Oliveira diz que foi procurado por uma pessoa de uma igreja evangélica frequentada por Adélio que lhe entregou R$ 5.000 em dinheiro em seu escritório. Esse pagamento nunca foi feito, conforme o profissional, mas ainda assim ele manteve o atendimento e já chegou a conceder entrevista em Campo Grande dizendo que atende Adélio em razão da divulgação que conseguiu com o caso.
Como Adélio conseguiu fazer viagens para acompanhar os filhos de Bolsonaro, se não trababalhava? Ao ser preso, Adélio tinha R$ 8 mil em uma conta no banco, recurso oriundo de parte do FGTS e de um acordo trabalhista em uma empresa de construção. A PF não encontrou movimentações suspeitas nas contas dele.
Como que ele tinha quatro celulares? Os aparelhos foram periciados e forneceram provas para o processo. Dois deles não tinham condições de uso. Também foi apreendido um notebook estava sem funcionar.
Como ele pagava um cartão de crédito internacional, se não tinha trabalho? Foram apreendidos cartões referentes a contas de Adélio, que foram averiguadas e não exibiram informações relevantes para a investigação, segundo a PF. Um dos cartões, de bandeira internacional, tinha sido enviado automaticamente pelo banco, mas não chegou a ser desbloqueado pelo cliente. Ou seja: nunca houve pagamento de fatura, conforme a Polícia Federal.
(Com informações do Portal UOL)