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Política

Deputados de MS são contra criação de fundo para financiar campanhas

Proposta entrará em pauta em agosto no Congresso Nacional, na volta do recesso parlamentar

Leonardo Rocha | 28/07/2017 15:37
Luiz Henrique Mandetta diz que população não estaria disposta a financiar campanhas (Foto: Agência Câmara)
Luiz Henrique Mandetta diz que população não estaria disposta a financiar campanhas (Foto: Agência Câmara)

A maioria dos deputados de Mato Grosso do Sul criticou a eventual criação de um fundo público, para financiar campanhas no Brasil. Eles alegam que a melhor alternativa ainda seria o financiamento privado, porém com regras e limites mais rigorosos. O tema vai entrar em pauta, a partir de agosto, no Congresso Nacional.

A proposta do relator da reforma política, o deputado Vicente Cândido (PT-SP), é que o valor deste fundo especial seja vinculado a receita corrente líquida da União, começando com 0,5% relativo aos recursos deste ano, para já ser utilizado na campanha eleitoral de 2018.

Para Luiz Henrique Mandetta (DEM) esta alternativa precisa ser muito bem explicada e controlada, mas que a princípio avalia que a população "não estaria disposta" a dar seus impostos, para custear campanhas.

Elizeu Dionízio (PSDB) também entende que o financiamento público não resolveria os problemas eleitorais e que a sociedade aceita fundos (especiais) para saúde e educação e não para política. "É um tema complexo, mas não sou favorável, entendo que o dinheiro público tem outras prioridades".

Carlos Marun (PMDB) diz que prefere o financiamento privado, com regras mais claras e rígidas, para evitar novos casos de corrupção. "Existem as duas alternativas, mas defendo a volta do (financiamento) empresarial, com o devido controle e punição ao caixa 2, pois com dinheiro público não é o correto".

Mesma postura de Tereza Cristina (PSB), que diz que a proibição de recursos privados pode ser momentânea. "Defendo que setores e empresas podem doar, mas com regras rígidas e claras, precisamos de parar com a hipocrisia no Brasil, até para que no futuro não se arrepende de usar recursos públicos para campanha".

Carlos Marun defende financiamento de empresas, com regras mais rígidas e claras (Foto: (Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)
Carlos Marun defende financiamento de empresas, com regras mais rígidas e claras (Foto: (Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)

Debate - Já Geraldo Resende (PSDB) foi mais contido, ao dizer que é preciso analisar a melhor forma de financiar campanhas, de maneira transparente. "Precisamos rediscutir todo o processo e diferenciar do modelo antigo, até porque gerou todos estes escândalos na política, com casos de promiscuidade entre público e privado".

Diferente dos colegas, Zeca do PT disse ser contra o financiamento privado e vê um fundo público como uma boa alternativa. "Podemos discutir se será um novo fundo, ou já usar o recurso partidário, mas entendo que por enquanto é apenas uma proposta, não tem nada concreto, vai ser discutido dentro da comissão da reforma".

O assunto será debatido na Comissão Especial da Reforma Política, dentro da Câmara dos Deputados, que pretende fazer mudanças na legislação eleitoral, como por exemplo definir sobre voto distritão ou misto, fim das coligações proporcionais e até eventual lista fechada.

O Campo Grande News também entrou em contato com os deputados Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT), mas até o fechamento da reportagem, não obteve retorno.

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