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Política

Deputados divergem sobre eventuais mudanças em regras eleitorais

Entre as mudanças se discute financiamento público e votação no modelo "distritão"

Leonardo Rocha | 10/08/2017 13:05
Deputados Amarildo Cruz, Beto Pereira e Pedro Kemp, durante sessão na Assembleia (Foto: Victor Chileno/ALMS)
Deputados Amarildo Cruz, Beto Pereira e Pedro Kemp, durante sessão na Assembleia (Foto: Victor Chileno/ALMS)

Os deputados estaduais ouvidos pelo Campo Grande News divergem sobre eventuais mudanças nas regras eleitorais, como o financiamento público de campanha, assim como a utilização do modelo "distritão", onde os deputados e vereadores mais votados são eleitos, sem o sistema de legenda.

Estas mudanças eleitorais foram aprovadas na Comissão Especial da Reforma Política, na Câmara dos Deputados, mas ainda precisam passar pelo plenário. "Financiamento público neste momento seria complicado pelo cenário político, será que as pessoas gostariam de bancar as campanhas?", questionou Beto Pereira (PSDB).

O tucano avalia que estas mudanças "são discretas" se tratando de uma reforma política, que segundo ele, precisariam de alterações mais profundas. Já Amarildo Cruz (PT) defende um fundo para financiar as campanhas, para evitar novos casos de corrupção, envolvendo empresas. "Já mostrou que não dá certo, além disto a democracia tem um custo a pagar".

O petista, no entanto, discorda do "distritão", por entender que "enfraquece" os partidos e a representação de novas lideranças. "Torna o processo mais fácil para aqueles que já estão consolidados, de forma mais personalística, sem precisar das legendas e ideologias".

Já Herculano Borges (SD) discorda do colega. "Há algum tempo se discute que os mais votados por justiça, devem ser eleitos". Sobre o financiamento, ele apenas espera se definir de que pastas serão destinados estes valores.

Para Paulo Siufi (PMDB) o financiamento público torna todo o processo "mais transparente", porque vai se dividir estes recursos de forma mais igualitária. "Existe a cultura hoje que quem gasta mais, tem mais votos, mas com a mudança haverá uma paridade". Ele também defende o "distritão", em que os votos definem os eleitos. "O eleitor fica incomodado com o sistema de legendas".

Já Renato Câmara (PMDB) lembra que esta mudança (distritão) pode atrapalhar o surgimento de novos lideranças, favorecendo quem já está no cargo. "Na maioria das vezes se começa por partidos menores ou já tem grandes lideranças na legenda, por isso pode atrapalhar esta ascensão".

Pedro Kemp (PT) entende que a população pode reclamar do financiamento público, mas alerta que deve se refletir melhor sobre o caso. "No final das contas pode sair mais barato, pois o modelo atual é de uma mão lava a outra, com casos de corrupção e superfaturamento de obras, com recursos públicos, envolvendo empresas e políticos".

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