Diretor de faculdade na fronteira pode ficar fora da eleição pela segunda vez
Ministério Publico Eleitoral pediu impugnação do registo alegando que Carlos Bernardo está inelegível até 2030
O diretor da faculdade de medicina da UCP (Universidade Central do Paraguai), Aparecido Carlos Bernardo, conhecido como Carlos da UFC (PDT), pode ficar de fora de mais uma eleição neste ano. O Ministério Público Eleitoral protocolou um pedido de impugnação de sua candidatura à Prefeitura de Ponta Porã, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, localizada a 323 quilômetros de Campo Grande.
No documento de nove páginas, o promotor eleitoral, Gabriel da Costa Rodrigues Alves, apontou que Carlos está inelegível por doações eleitorais ilegais. Segundo ele, trata-se de inelegibilidade reflexa e "constitui efeito secundário da condenação decorrente de representação por excesso de doação".
Em 2022, o diretor da faculdade foi condenado por ter doado R$ 90 mil ao candidato a prefeito de Itumbiara, em Goiás, Rogério Rezende Silva, nas eleições de 2020. De acordo com o órgão, o valor extrapolou em R$ 69.232,45 o limite legal de doação de pessoa física.
A decisão definitiva foi feita pelo Juízo da 52ª Zona Eleitoral de Ponta Porã e por órgão colegiado, com trânsito em julgado, e atrapalhou os planos eleitorais de Carlos na disputa da época. O diretor tentou buscar uma cadeira no Congresso Nacional, como candidato a deputado federal pelo MDB, mas em setembro teve sua candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral de Mato Grosso do Sul.
Na ação apresentada por Alves, o MPE ressalta que Carlos está inelegível até 2030, como prevê Lei Complementar nº 64/1990. “São inelegíveis, para todos os cargos, os que forem condenados por doações eleitorais tidas por ilegais, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão”.
O Campo Grande News tentou contato com o candidato, mas até a publicação desta matéria não teve retorno.
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