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Política

Eleitor terá de avançar madrugada para ver último debate na TV

Fabiano Arruda | 04/10/2012 09:25
Debate terá cinco candidatos à Prefeitura, melhores ranqueados nas pesquisas.
Debate terá cinco candidatos à Prefeitura, melhores ranqueados nas pesquisas.

Visto pelos candidatos como a última esperança para provocar alguma mudança nas eleições, o debate da TV Morena, afiliada da Rede Globo, tradicionalmente o último da campanha, vai começar depois das 23 horas desta quinta-feira e deve terminar por volta da 1 hora de sexta-feira.

Segundo informações da emissora, a programação segue a grade nacional da Globo, que, hoje, terá a sequência das novelas Avenida Brasil e Gabriela para depois exibir o debate.

Em Campo Grande e Corumbá, a previsão é de 95 minutos de produção, enquanto em Ponta Porã é de 55 minutos, ainda conforme a emissora.

Pela faixa de horário, a tendência é que a transmissão não consiga grande audiência. A novela Gabriela chegou a registrar 7 pontos, o que influencia diretamente na próxima programação, no caso, o debate. Geralmente, os grandes picos de audiência giram em torno dos 40 pontos.

O programa esteve sob ameaça de ser cancelado. Isso porque Sidney Melo (PSOL) e Suél Ferranti (PSTU) reivindicaram e conseguiram, na Justiça, direito de participar. A afiliada da Globo argumenta que é inviável a realização com os sete candidatos à Prefeitura. Em São Paulo, por exemplo, por falta de consenso entre os concorrentes, o debate foi cancelado.

Contudo, a empresa recorreu sob argumento de que os sete candidatos à Prefeitura assinaram um acordo, no início da campanha, que indicava que participariam apenas os cinco melhores colocados nas pesquisas. Com isso, o embate foi mantido.

Equívoco - Para o especialista em Geografia Política, Tito Carlos Machado de Oliveira, a transmissão do embate no horário programado é uma “irresponsabilidade, tanto dos candidatos, como da emissora”.

“Poderia ser feito dentro do horário político, em dois ou três dias. A lei permite isso. Não sei por que os candidatos vão. Falta de respeito ao público”, opinou.

Embora se posicione de forma crítica com o tema, Tito admite que, historicamente, o último debate antes da votação pouco influenciou nos resultados.

“Pode influenciar no voto dos indecisos, mas não o suficiente para mudar o quadro”, pontuou.

 

Eleitorado - Entre os eleitores, as opiniões se dividem. O pedreiro Herculino Rodrigues Ribeiro, 78 anos, acredita que o horário vai prejudicar os interessados em assistir os candidatos, pois “muita gente está dormindo”.

Contudo, ele assegura que vai prestigiar o debate porque geralmente dorme tarde. “A gente fica naquela de ver quem vai ganhar. No debate dá para ver quem se sai melhor”, defendeu.

A comerciante Lucilene Coelho Valente, 38 anos, minimizou e garante que vai manter os olhos grudados na televisão. Acredita que é “um bom horário” e que “muitas pessoas estão acordadas”.

A vendedora Sandra Rúbia, 40 anos, por sua vez, confessou que nem sabia do debate. Além disso, mostrou pouco interesse e, sem rodeios, afirma que só vai assistir se não tiver outra programação. “Muito tarde esse horário”.

A merendeira Regina Nogueira, 52 anos, seguiu a mesma linha. Além de não mostrar disposição em ficar acordada, confessa que “não acompanha política”.

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