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Política

Em delação, Cerveró revela pagamento de R$ 4 milhões em propina a Delcídio

Michel Faustino | 06/06/2016 13:50
O ex-senador Delcídio do Amaral é acusado de ter recebido mais de R$ 4 milhões de propina. (Foto: Agência Brasil/Arquivo)
O ex-senador Delcídio do Amaral é acusado de ter recebido mais de R$ 4 milhões de propina. (Foto: Agência Brasil/Arquivo)

O ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró revelou em depoimento à Justiça que somente o senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido – MS) recebeu mais de R$ 4 milhões em propina em razão da reforma da refinaria de Pasadena, nos Estados unidos. Segundo a reportagem do jornal O Globo, publicada nesta segunda-feira (6), a compra da refinaria rendeu mais de US$ 15 milhões (R$ 53,1 milhões), conforme o depoimento de Cerveró.

De acordo com a reportagem, além de Delcídio, o lobista Fernando Baiano e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, entre outros, são citados como beneficiários do 'esquema' envolvendo a refinaria. Em 2014, o TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu que Pasadena causou um prejuízo de US$ 792,3 milhões (R$ 2,804 bilhões) à Petrobras.

O ex-senador também é citado como um dos beneficiários na aquisição de sondas pela estatal que levou ao pagamento de pelo menos US$ 24 milhões (R$ 84,96 milhões) em propina. Cerveró cita também Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

Apesar de ter feito delação premiada, o ex-senador Delcídio Amaral afirmou à Polícia Federal não ter recebido propinas.

Desvio milionário – Ainda em sua delação, Cerveró apontou o pagamento de pelo menos R$ 564,1 milhões em propina envolvendo negócios da estatal e de uma de suas subsidiárias, a BR Distribuidora.

O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) e mais dez políticos são nominalmente citados como beneficiários dos desvios, entretanto os valores que cada um recebeu não foram informados. A cifra deve ser maior, uma vez que os valores não estão atualizados e não há informação de quanto foi pago em propina em parte dos negócios com irregularidades.

Individualmente, o valor mais alto se refere à aquisição pela Petrobras, em 2002, da empresa petrolífera argentina Pérez Companc. Segundo ele, o negócio rendeu US$ 100 milhões em propina para integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Usando o câmbio de sexta-feira passada, mas sem correção monetária, a cifra chega a R$ 354 milhões.

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