Em evento da Santa Casa, presidente já faz discurso como candidato a prefeito

Na manhã deste sábado (8), o maior hospital de Mato Grosso do Sul estreou o Programa Santa Casa nos Bairros. Com a meta de atender até 2 mil pessoas só hoje, o projeto se tornou um evento político, com vereador, presidente de associação de moradores, ex-secretário municipal de Saúde e um pré-candidato: o atual presidente do hospital, Ezacheu Nascimento (PP). Criticado por investir em ação popular em ano eleitoral, mesmo com dívida de R$ 150 milhões, ele garante que todo o trabalho é feito com voluntariado.

Ao chegar, para abertura do projeto, às 8 horas, o presidente cumprimentou moradores e posou para fotos. Para o palanque montado nas Moreninhas, Ezacheu chamou colegas de partido. Subiram ao palco o ex-secretário de Saúde durante a administração de Alcides Bernal, Ivandro Corrêa da Fonseca, o deputado estadual EvanderVendramini e o vereador Derly dos Reis de Oliveira (PP), o Cazuza.

Esacheu Nascimento já fala em percorrer as sete regiões da Capital, com o discurso de diminuir filas de espera na Santa Casa. "Tenho certeza que hoje será um dia muito importante na vida de muitas pessoas não só aqui nas Moreninhas. Eu já encontrei outras pessoas de outros bairros, da Cooophavila 2, do Santa Mônica, e que vieram acompanhar ou receber a atenção dos médicos".

Sobre o fato de ter escolhido 2020 para a prestação de serviços nos bairros, apesar de admitir que o problema é grave há, pelo menos 5 anos, ele diz que a ideia surgiu depois de levantamento que mostrou as dificuldades de deslocamento das pessoas até o centro, para serviços que só a Santa Casa oferece, principalmente, de ortopedia.

"Existem mais de 40 mil pessoas aguardando há 5, 10 anos, uma prótese ou cirurgia no joelho, quadril e ombro. Nós queremos limpar essa fila e estamos com recursos financeiros para fazer essas cirurgias".

Durante discurso, Ezacheu fez a promessa de resolver todos os problemas do tipo para quem vive nas Moreninhas. "Cada um que aqui está, se souber de um vizinho ou conhecido que está imobilizado por causa de prótese, ou está na cadeira de rodas, entre em contato com a nossa equipe que vamos providenciar a regulação do serviço com a Prefeitura", finalizou.

Os atendimentos oferecidos são aferição de pressão, corte de cabelo, prevenção de glaucoma, PSA (Prostate-Specific Antigens) para diagnóstico de câncer de próstata, exames de glicemia e mamografia, papanicolau e aferição da pressão ocular.

Maria José Ramires aproveitou para criticar a Santa Casa. Com 57 anos e diagnosticada com glaucoma, ela tem apenas 2% da visão do olho direito e cobra atendimento mais próximo da população. "Preciso ir até a Santa Casa a cada três meses consultar com o oftalmologista e pegar receita do meu colírio. Da última vez o médico não compareceu, saí de lá só com a receita e paguei R$ 300 numa consulta particular, porque não posso parar o tratamento".

Independente de ser ou não pré-campanha, pessoas como Maria José lembram o que a população precisa na periferia. "Ontem a noite que fiquei sabendo, e como é perto, decidi acordar cedo e vir. Faz 30 anos que moro aqui no bairro e a gente sempre precisa ir no centro, até a Santa Casa".