Em meio a crise com candidatos, PDT troca nome da vice de Odilon
PDT retira empresário e indica radialista Keliana Fernandes; mudança é mais uma em tumultuado processo de construção do projeto do juiz
Doze dias depois de ter sua candidatura ao governo do Estado oficializada pelo PDT, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira trocou o seu parceiro de chapa. O empresário Herbert Assunção deu lugar à radialista Keliana Fernandes (Pros), da cidade de Dourados.
A alegação do partido é de que ela representa o segundo maior colégio eleitoral do Estado. A outra justificativa é garantir espaço na coligação ao Pros, único partido que, até agora, participa da coligação com o PDT na chapa majoritária.
Mesmo antes do início da campanha eleitoral, Odilon de Oliveira, acumula três crises. A primeira foi com a saída da presidência do seu partido, PDT, de João Leite Schimidt, que discordou das restrições que o juiz fez para negociar alianças.
Odilon de Oliveira declarou publicamente que não aceitaria coligar com partidos envolvidos em denuncias de corrupção. Na sequência enfrentou outra crise. O empresário Chico Maia, do Podemos, candidato ao Senado desistiu da campanha eleitoral. E agora, é obrigado a trocar o candidato a vice.
A troca do vice na chapa majoritária foi anunciada por meio da assessoria do PDT, seguindo deliberação aprovada em 21 de junho na convenção do partido –os convencionais, ao aprovarem as chapas de deputado federal e estadual, também deram “carta branca” para a cúpula do partido continuar a negociar alianças em torno de Odilon até o prazo final previsto pela legislação.
Os partidos devem realizar todas as convenções até 5 de agosto e, em até dez dias depois, registrar as chapas no TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Em nota, o PDT destacou que Keliana obteve 33 mil votos na disputa pela Prefeitura de Dourados em 2012 – quando foi derrotada por Murilo Zauith (DEM), reeleito naquele pleito com 65 mil votos.
Ela acumula duas derrotas. Em 2014, quando estava no PSC, teve 11 mil votos na briga por vaga na Câmara dos Deputados e em 2016 só conseguiu 959 votos na briga por cadeira na Câmara Municipal, pelo PPL.
Ela é ex-mulher do ex-deputado federal Marçal Filho e teve o nome citado em meio à operação Uragano, que investigou esquemas de propinas na gestão do ex-prefeito Ari Artuzi (já falecido).
Livro escrito pelo delator, o então secetário Eleadro Passaia, acusou Keliana de cobrar “retorno de obras” e o uso de recursos da Saúde para custear show da rádio a qual era proprietária –a Uragano, porém, pouco avançou no Judiciário, com Passaia chegando a ter a delação anulada.
Keliana substitui Herbert Assunção, que, segundo a assessorio segue na coordenação da campanha de Odilon. “A aliança nos coloca lado a lado com uma mulher forte e que também busca renovação na política sul-mato-grossense”, declarou Odilon, em nota para a imprensa.
Instabilidade – Restrito a três partidos, o projeto político de Odilon registra crises sucessivas: já houve problemas com as candidaturas ao Senado, na qual Chico Maia anunciou nesta semana a desistência do projeto e a professora Leocádia Leme (PDT), convidada a ocupar a outra vaga do Senado, resiste em aceitar.
Considerado o primeiro aliado do projeto, o Podemos discute a indicação de Humberto Figueiró para a vaga de Maia. A candidatura de Leocádia Leme ao Senado, aprovada pelo PDT, também deve ser alvo de nova avaliação da Executiva estadual no fim de semana, segundo informado à reportagem –o partido a mantém no posto até lá.