Em nota, Zeca do PT diz que denúncia na Lava-Jato é 'um erro enorme'
O deputado federal e ex-governador por Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, emitiu nota no início desta noite de terça-feira (11) após ser um dos alvos de inquérito autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Além de políticos do alto escalão nacional, Zeca e Vander Loubet (PT) são alvos da ação.
No texto enviado à imprensa para esclarecimento público, ele frisa que houve "um erro enorme" nas apurações. A constatação do deputado veio após tomar conhecimento do interior teor da denúncia, explica.
"Diz a denúncia, que o delator do Grupo Odebrecht se refere a um pagamento de R$ 400 mil para minha campanha a governador em 2006. Em seguida diz o mesmo delator, que tendo ocorrido minha desistência da candidatura naquela eleição, o referido valor foi repassado ao senador Delcídio, candidato do PT ao governo, com o qual mantinha detalhadas reuniões", conta.
A divergência e erro apontado por Zeca surge nas datas indicadas pelo delator. "Ocorre ai um erro enorme. Fui eleito governador em 1998 e reeleito em 2002. Portanto em 2006 estava impedido de ser candidato a governador e não disputei nenhum cargo naquela eleição", rebate Zeca, que continua a explicação.
"Apoiei o nosso candidato, mas não tive nenhuma outra responsabilidade, seja de captação, seja de prestação de contas junto a Justiça Eleitoral. Esperando ter esclarecido a opinião pública, peço reparação da injustiça cometida nesta denúncia", pontua.
Abertura de inquérito - Os deputados federais de Mato Grosso do Sul Zeca do PT e Vander Loubet serão alvo de inquérito da PGR (Procuradoria Geral da República), por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, conforme lista divulgada nesta terça-feira (11).
Os petistas estão na relação junto com nove ministros do governo Michel Temer (PMDB), 29 senadores e outros 40 deputados federais. O grupo faz parte do total de 108 alvos dos 83 inquéritos encaminhados ao STF, com base nas delações dos 78 executivos e ex-executivos do Grupo Odebrecht, todos com foro privilegiado.
Também serão investigados no Supremo um ministro do Tribunal de Contas da União, três governadores e 24 outros políticos e autoridades que, apesar de não terem foro no tribunal, estão relacionadas aos fatos narrados pelos colaboradores.