Em todo o País, suspeitas de crime eleitoral levam à prisão 34 pessoas
Desde começo da operação, foram pelo menos R$ 3 milhões apreendidos sob suspeita de uso irregular
Agentes das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) já apreenderam pelo menos R$ 3 milhões que, suspeitam, seria usado para financiar crimes eleitorais, como, por exemplo, a compra de votos; boca de urna; propaganda irregular e transporte ilegal de eleitores.
Além da quantia apreendida entre 16 de agosto, quando começou, oficialmente, o período de propaganda eleitoral, e ontem (30), 34 pessoas foram presas por supostas práticas eleitorais proibidas.
As abordagens se intensificaram a partir da última segunda-feira (26), quando foi deflagrada a chamada Operação Eleições, que visa a coibir crimes eleitorais e garantir a segurança dos eleitores e a integridade do pleito amanhã (2).
Entre as ocorrências já registradas está a apreensão, na noite desta sexta-feira, de pouco mais de R$ 146 mil encontrados com o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, o deputado estadual Marcelo Victor (MDB), em um hotel.
Além da quantia em espécie, os agentes federais apreenderam uma lista com nome de supostos eleitores e material de propaganda eleitoral (santinhos) enquanto apuravam uma denúncia sobre suposta compra de votos. Em sua conta no Instagram, Victor negou ter sido preso durante a ação da PF, que instaurou inquérito policial para apurar o caso.
No Amazonas, policiais federais apreenderam, ontem, 38 cheques que, somados, totalizavam R$ 20 mil. Classificados pela PF como “irregulares”, os cheques foram encontrados com um assessor de um candidato ao governo estadual cujo nome não foi divulgado. Também foi apreendido material de campanha do candidato e contratos de serviços suspeitos que, de acordo com a PF, seriam prestados durante o dia da votação. Um inquérito policial foi instaurado para esclarecer os fatos.
Na última quarta-feira (28), outras seis pessoas já tinham sido detidas no Amazonas, na cidade de Tefé, com R$ 78 mil em dinheiro. Segundo a PF, as pessoas detidas no âmbito da Operação Eleições trabalham na prefeitura de Maraã.
Mais ocorrências - Até esta manhã, entre as ocorrências de crimes eleitorais já registradas, uma ocorreu no Paraná, onde quase R$ 340 mil foram apreendidos e duas pessoas foram detidas, e outra no Pará, onde os agentes federais apreenderam R$ 40,7 mil e detiveram dois suspeitos. Em Pernambuco, uma pessoa foi flagrada com R$ 36,4 mil.
Só no Ceará, o reforço da vigilância resultou na apreensão de R$ 704 mil. No Rio Grande do Norte, duas pessoas foram detidas com R$ 10 mil. No Maranhão, com cerca de R$22 mil. No Mato Grosso do Sul, mais R$ 10 mil. No Amapá, um homem e uma mulher, irmã de uma candidata a deputada estadual, foram detidos com R$ 11 mil e santinhos de vários candidatos.
De acordo com a PF, a eventual condenação judicial por compra de voto pode resultar em penas de até quatro anos de reclusão, além do pagamento de multas. E se o envolvimento dos candidatos beneficiados seja comprovada, estes podem perder o mandato caso tenham sido eleitos.
Operação - Coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Operação Eleições 2022 envolve cerca de 500 mil agentes de segurança pública de instituições federais e de órgãos dos 26 estados, mais o Distrito Federal. Todas as ações realizadas no país com o objetivo de coibir possíveis crimes eleitorais e garantir a segurança dos eleitores e servidores da Justiça Eleitoral serão monitoras a partir do Centro Integrado de Comando e Controle, que funciona na sede da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília.
De acordo com a PF, a eventual condenação judicial por compra de voto pode resultar em penas de até quatro anos de reclusão, além do pagamento de multas. E se o envolvimento dos candidatos beneficiados seja comprovada, estes podem perder o mandato caso tenham sido eleitos.