Em vídeo no YouTube, ex-namorada diz que Bernal sugeriu aborto e agrediu filho
A nove dias da eleição e depois da polêmica envolvendo a retirada do YouTube de vídeo com conteúdo ofensivo ao candidato a prefeito Alcides Bernal (PP), uma nova gravação surgiu hoje no site de compartilhamento pertencente ao Google, dessa vez com o depoimento de Maira da Silva Garcia, 37 anos, ex-namorada do deputado estadual e ex-vereador. Maira relata que tem um filho com Bernal e que, ao descobrir a gestação, ele sugeriu que fizesse um aborto, em 1997.
Ela também fala de uma agressão que o menino sofreu, aos seis anos, atribuída a Bernal. Segundo ela, a criança relacionou a agressão ao fato de o pai estar bêbado, à época.
O conteúdo do depoimento de Maira é o mesmo de vídeos que circulam na internet e que motivaram a ação contra o Google, que chegou a provocar a prisão do diretor-geral da empresa no Brasil, Fábio Coelho. Um dos vídeos foi retirado do ar, mas outros foram replicados por usuários.
A diferença é que agora está tudo identificado, sem anonimato. A conta em que o vídeo foi postado está em nome de Maira e há um texto em primeira pessoa, na descrição, em que ela justifica por que decidiu falar a respeito.
“Esse vídeo tem por finalidade esclarecer os fatos, espuzeram (sic) a minha vida e a vida de meu filho de uma forma leviana e inconsequente, durante 15 anos escondi de meu filho a verdade triste e dura, infelizmente a verdade e que de fato o alcides bernal, nunca o aceitou de fato, meu filho nao tinha conhecimento que seu pai tinha o rejeitado muito antes dele nascer.sempre o viu como um exemplo a ser seguido, mais agora nao tenho mais como esconder a verdade”, diz o texto.
No vídeo, Maira afirma que conheceu Bernal em uma lanchonete, quando ele atuava com advogado e radialista, e que tiveram um relacionamento por mais de um ano. Diz também que ele não era casado, “como não é até hoje”. Bernal, durante toda a campanha, tem informado que é casado e pai de três filhos.
O vídeo, de 4 minutos e meio, prossegue com Maira contanto que, ao descobrir a gravidez, procurou o candidato. “Ele não negou, mas não aceitou”.
Aí vem o trecho mais polêmico. “Ele sugeriu que tirasse o filho, que esperasse mais, que não queria que tivesse o mesmo problema que o outro tinha”, em alusão a um dos filhos de Bernal que tem deficiência.
Maira diz que recusou a proposta. “Eu sou uma pessoa evangélica, está longe dos meus princípios. Me recusei, decidi seguir em frente”.
Ela diz que só voltou a procurar Bernal quando a criança nasceu e que, a partir daí, foi feita investigação de paternidade e comprovada.
A criança foi registrada no nome de Alcides Bernal no ano de 2000, ou seja, quando o menino tinha 3 anos. Quando a criança tinha 6 anos, conforme a mãe, ela sugeriu que houvesse mais contato entre pai e filho. Segundo a mãe, o garoto ficou “naquele ano”, com o pai e passa os fins de semana com a mãe.
Nas festas de ano, prossegue Maria, ela pediu para que a criança passasse o período com ela e o menino, conta, chegou em casa com marcas de agressão. “Ele bateu de cinto no meu filho, bateu na perna, bateu no bumbum. Eu questionei ele o que aconteceu e tal, ele falou o pai me bateu. Eu perguntei porque seu pai de bateu e ele falou que o pai estava bêbado”.
A partir desse momento, o vídeo segue com Maria falando do amor pelo filho, hoje com 15 anos. “Ninguém deve trocar seu filho por nada”, afirma.
Consultado, o advogado de Bernal, Lênio Ben-Hur disse que o vídeo vai ser avaliado e só depois disso vai se posicionar a respeito.
