Escolha de Bolsonaro entre Patriota ou PMN não empolga apoiadores em MS
Com reconhecimento da dificuldade do Aliança pelo Brasil sair do papel, conversas com partidos intensificam
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconheceu nesta quinta-feira (06) que "dificilmente" o partido Aliança pelo Brasil irá ser criado neste ano. O anúncio feito aos apoiadores na entrada do Palácio do Planalto abre brecha para as conversas entre os dois partidos avaliados pela família presidencial para 2022: Patriota e o PMN que passaria a se chamar Brasil 35.
Para a disputa da reeleição presidencial no ano que vem Bolsonaro levaria cerca de 25 deputados da chamada “ala bolsonarista” da atual bancada do PSL na Câmara dos Deputados. Ainda são cogitados apoiadores nos estados e municípios.
Mas em Mato Grosso do Sul a expectativa para as definições nacionais não são tão otimistas para refletirem em mudanças significativas na política estadual.
O presidente regional do Patriota, deputado estadual Lídio Lopes, afirma que o partido espera Bolsonaro desde 2018. “Estamos aguardando desde então com grande expectativa. Tenho conversado com os bolsonaristas de Mato Grosso do Sul que também estão esperando a decisão do presidente. Ele vindo, vamos criar um projeto grande. Já ouvi de uma pessoa ligada ao filho do presidente que tinha 98% de chance dele realmente vir para o nosso partido.”
Segundo o parlamentar, a única exigência feita por Bolsonaro é ter o direito de indicar 70% da chapa de deputado federal e senado. “Ele não quer que ninguém se eleja mais na sombra dele. Outro problema é que próprio grupo de bolsonaristas não querem os integrantes do PSL”, completou.
Já o PMN em Mato Grosso do Sul está sem presidência no momento. Após as eleições de 2020 os diretórios estaduais foram destituídos. O partido possui apenas um vereador em Naviraí com mandato.
De acordo com o ex-presidente regional da sigla, Alexandre Rezende, ainda é aguardado um alinhamento com a direção nacional do partido. “Possivelmente a gente caminhe junto com o Bolsonaro. Mas ainda não comecei as conversas com os políticos bolsonaristas de Mato Grosso do Sul. Acredito que até novembro estaremos com tudo homologado e definido para 2022.”
Bolsonaristas – O deputado estadual Carlos Alberto David (sem partido) reiterou que pertence ao grupo político do presidente. “Como eu, outros componentes deste grupo político estão aguardando a decisão do presidente Bolsonaro. É difícil fazer o mandato, cumprindo os compromissos assumidos com a sociedade sem um grupo político. O meu é o do presidente Jair Bolsonaro.”
Já o deputado federal Luiz Ovando (PSL) afirmou que continuará atuando no convencimento de futuros apoiadores. “Contactei o coordenador do Aliança, Felipe Belmonte, que reafirmou o objetivo e persistência no nosso partido. Quanto a ir para partido que presidente escolher, teremos até abril de 2022 para decidir”, pontuou.
Deputado estadual, Renan Contar (PSL), disse que o alinhamento dele ao presidente Bolsonaro não depende de partido político. “É claro que estarmos no mesmo partido seria importante, mas é preciso saber se, aqui em Mato Grosso do Sul, esse partido está em boas mãos. A minha opinião é que Bolsonaro precisa de apoio e de base de diversos partidos e não somente daquele ao qual estiver filiado.”
A senadora Soraya Thronicke (PSL) disse estar ocupada com a agenda do Brasil Certo de hoje à noite e, dessa forma, ficava impossível atender a demanda da reportagem.