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Política

Estratégia de Temer inclui manter normalidade e tocar reformas, diz Marun

Deputado de MS participou de reunião ontem com o presidente

Leonardo Rocha | 22/05/2017 10:12
Carlos Marun participou ontem de reunião com o presidente Michel Temer (Foto: Antônio Augusto/Câmara dos Deputados)
Carlos Marun participou ontem de reunião com o presidente Michel Temer (Foto: Antônio Augusto/Câmara dos Deputados)

O deputado Carlos Marun (PMDB) revelou que o presidente Michel Temer (PMDB) tem como estratégia a partir de agora, manter a "normalidade" nos trabalhos, com a tarefa de segurar a base aliada, evitando a saída de partidos e ainda retomar a discussão das reformas no Congresso Nacional.

Foi realizado ontem (21), uma reunião do Palácio da Alvorada, para discutir estes temas, com a participação do deputado de MS. "Tivemos uma excelente reunião, que teve a participação dos partidos aliados e membros do PPS e PSB, onde havia um espírito de indignação em relação a delação da JBS e um clima de união da base aliada", garante Marun.

Ele acredita que não haverá nova "debandada" de aliados da base de Temer e que o PSDB deve continuar ao lado do presidente. "Alguns deputados querem sair, em função das bases regionais, no entanto o PSDB deve continuar conosco, senão teriam que pedir a saída de todos os tucanos que foram citados na delação, a qual todos desconfiamos da veracidade".

Processo - Marun também espera que o STF (Supremo Tribunal Federal) suspenda o inquérito contra Temer, em decisão no pleno, na próxima quarta-feira (24). "Uma gravação que foi editada jamais pode servir de prova contra um presidente, o Supremo não vai compactuar com isto, que se trata de uma comunicação forjada".

O ministro do STF, Edson Fachin, autorizou a abertura do inquérito contra o presidente, por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

De acordo com o Ministério Público Federal, em encontro com Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS, o presidente deu aval para que ele continuasse a pagar uma espécie de mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro, ambos presos, para que continuassem em silêncio.

Temer nega as acusações e diz que a gravação foi adulterada. " Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos. Incluída no inquérito sem a devida averiguação, levou muitas pessoas ao engano, induzido e trouxe grave crise ao Brasil", disse em discurso.

Reformas - Marun diz que a intenção do governo agora é retomar os trabalhos e "buscar o tempo perdido" na articulação das reformas, no Congresso Nacional. "Vamos voltar as discussões das reformas, com o apoio dos aliados, para que em breve possamos votar as matérias".

A reforma da previdência já foi aprovada na Comissão Especial e tinha previsão de ser votada até o final de maio, no plenário da Câmara dos Deputados. Já as mudanças (reforma) nas leis trabalhistas estão no Senado Federal, onde havia o planejamento para entrar em primeira votação na semana passada, antes da divulgação das denúncias que sacudiram Brasília.

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