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Política

Ex-vereador preso na Uragano recorre à justiça para anular cassação

Aline dos Santos | 19/08/2011 10:08

Defesa alega impedimento de vereadores e conchavo de suplentes

Humberto Teixeira Júnior ja foi preso em três operações policiais. (Foto: Ademir de Almeida)
Humberto Teixeira Júnior ja foi preso em três operações policiais. (Foto: Ademir de Almeida)

Cassado após ser preso na operação Uragano, o ex-vereador de Dourados, Humberto Teixeira Júnior, pede na justiça a anulação do processo que resultou na perda do mandato.

A defesa do ex-parlamentar alega que os vereadores Gino Ferreira (DEM) e Dirceu Longhi (PT) também foram denunciados na operação da PF (Polícia Federal) e, portanto, estavam impedidos de participar do julgamento de perda do mandato de Humberto Teixeira Júnior.

Realizada em setembro de 2010, a Uragano denunciou pagamento de mensalão na Câmara Municipal. Dos 12 vereadores, de Dourados, só três não foram presos: Gino, Longhi e Délia Razuk. Contudo, apenas a vereadora não estava envolvida no esquema de corrupção.

No pedido de anulação, apresentado à 6ª Vara Cível de Dourados, a defesa aponta que os dois vereadores foram impedidos pela justiça de participar do julgamento contra o Paulo Henrique Bambu (DEM), que acabou sendo cassado pela Câmara.

Para a defesa, os suplentes também não poderiam participar do processo de cassação de Humberto Teixeira Júnior. Apesar do suplente direto não ter participado do processo, o ex-vereador alega que houve interesse político “cruzado” e conchavo. Para que todos os suplentes se tornassem titulares. O mandato dele foi cassado no dia 16 de março por quebra de decoro parlamentar.

O ex-vereador chegou a tentar, sem sucesso, que a comissão processante fosse suspensa na justiça. Já no dia da votação, alardeou que denunciaria políticos. Na ocasião, ele chegou à Câmara munido de documentos e prometendo provar a existência de um esquema entre os suplentes para cassar todos os parlamentares sob investigação. Contudo, não fez denúncia e acabou cassado.

Atrás das grades - Filho do ex-prefeito de Dourados, Humberto Teixeira, ele já foi preso em outras duas ações policiais. A última foi em abril deste ano na operação “Câmara Secreta” , quando o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) investigou fraudes em empréstimos consignados no legislativo municipal. Ele já foi posto em liberdade.

De acordo com o MPE (Ministério Público Estadual), Humberto Teixeira Júnior pagou propina de R$ 5 mil para o esquema não ser denunciado. Em 2010, a prisão foi na operação Uragano, que derrubou o primeiro escalão da prefeitura.

Foram presos o prefeito Ari Artuzi, o vice Carlinhos Cantor, secretários, vereadores e empresários. Ao todo, 60 pessoas foram indiciadas por formação de quadrilha, fraude de licitações e desvio de recursos públicos.

Em 2009, o ex-vereador foi alvo da operação Owari, também da PF (Polícia Federal). Foram investigados vereadores, servidores públicos e empresários com negócios de Dourados, Ponta Porã e Naviraí, suspeitos de fraudar licitações para assumir o monopólio de serviços públicos de transporte, saúde, limpeza pública e funerária. O ex-vereador não foi localizado pela reportagem.

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