Grazielle acusa Bernal de fazer dois Orçamentos e quer um na "fogueira"
A presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Campo Grande, Grazielle Machado (PR), denunciou, hoje, durante a sessão, que o prefeito Alcides Bernal (PP) acabou enviando duas peças orçamentárias para o Legislativo Municipal. Segundo ela, uma peça foi entregue aos vereadores e outra totalmente diferente para a comissão presidida por ela.
“A impressão que passa é que a prefeitura queria enganar os vereadores e a população de Campo Grande”, acusou Grazielle Machado, evidenciando toda a sua revolta quanto a erros e equívocos nas peças. Ela chegou a pegar um dos orçamentos e jogar no chão, dizendo a seguir: “Esse orçamento não presta para nada; deve ser levado à fogueira”.
No dia 30 de agosto, o que seria a Orçamento de Campo Grande para 2014 foi entregue ao presidente da Câmara, Mario Cesar (PMDB), pelo secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Wanderley Ben Hur, que estava acompanhado do secretário municipal de Receita, Gustavo Freire. Na ocasião, Bem Hur disse que o Orçamento para 2014 está estimado em R$ 2,9 bilhões, representando um aumento de 6,86 % em relação Orçamento de 2013.
Hoje, a vereadora Grazielle Machado diz que há equívocos até mesmo em relação ao valor global do Orçamento. “No Anexo 7 a prefeitura prevê um orçamento de R$ 1,8 bilhão. Já no anexo 8 é apresentado o Orçamento de R$ 2,9 bilhão”, afirmou a republicana.
Para ela, o primeiro projeto de Orçamento Municipal elaborado pela equipe do prefeito Alcides Bernal tem problemas graves e está sob suspeição. “Esse projeto nos causa suspeita, pois além de ter dois exemplares diferentes tem muitos equívocos e falhas na sua apresentação”, declarou. “Por mais que tenhamos dois orçamentos diferentes, nenhum deles está completo”, emendou.
Nos anexos, segundo Grazielle, faltaram a natureza das despesas, havendo com isso desobedecem as leis vigentes. Já o Quadro de Detalhamento de Despesas teria erros com anexos com valores divergentes. “Nos devemos combater a ilegalidade pois isto é uma afronta à democracia”, acusou a vereadora.
Quanto à Reserva de Contingência, teria havido uma vinculação não-usual à Secretaria Municipal de Educação. “Essa verba precisa ser livre, porém a Prefeitura alocou todo o recurso para a Semed. Isso levanta suspeita de que coisas erradas estão sendo feitas”, denunciou.
Outro erro apontado por Grazielle Machado é que não existe orçamento previsto para as duas novas secretarias criadas pelo prefeito Alcides Bernal, da Mulher e Juventude. “As ações dessas secretarias estão incluídas na Secretaria de Assistência Social”, informou.
Em tom duro, a presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara voltou a acusar: “A impressão que fica é que a Prefeitura quis nos fazer de otários ou babacas”.
Anunciou, ao final, que a comissão presidida por ela vai assumir a responsabilidade de corrigir essa peça orçamentária. Também detalhará as vereadores os equívocos constatados. “Iremos enviar aos vereadores análise comparativa dos dois orçamentos”, disse.
Para ela, os problemas detectados no Orçamento para 2014 podem ensejar punição do prefeito Alcides Bernal. “Pode levar a um novo pedido de cassação por apresentar uma peça orçamentária de forma irregular”, sustentou.
Defesa do prefeito – O líder do prefeito na Câmara da Capital, vereador Marcos Alex (PT), considerou exagerado o pronunciamento da vereadora Grazielle Machado. “A vereadora teve uma postura muito radical, que deixa a disputa política em um grau de tensão maior do que está”, afirmou ele.
Segundo Alex do PT, como é mais conhecido, os erros, se ocorreram, podem ser corrigidos. “Se houve um equívoco na peça orçamentária, que este seja corrigido e reparado e que as pessoas responsáveis sejam chamadas para dar explicações”, defendeu.