Homem de Bolsonaro, Portela anuncia pré-candidatura à Prefeitura de Campo Grande
Tenente é amigo pessoal do ex-presidente desde 1980 e diz ser capaz de pacificar PL
“Eu cumpro o que o presidente Bolsonaro mandar. Estou colocando meu nome como uma alternativa e, ele batendo o martelo, eu vou pra missão.”
Sob as bençãos do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, aos 62 anos de idade, com quase 30 dedicados ao serviço militar, o presidente municipal do PL, Tenente Portela (PL), que também é suplente da senadora Tereza Cristina (PP), acaba de colocar seu nome como pré-candidato à Prefeitura de Campo Grande pelo partido.
Ele anunciou que pretende disputar a chefia do Executivo municipal em entrevista exclusiva ao Campo Grande News. Segundo Portela, sua figura reúne as melhores características para ser candidato pelo principal partido de direita do país na Capital, pois é referência de mediação de conflitos dentro da sigla, por ser – como bom militar - um cumpridor de ordens e, claro, pela intimidade com o ex-presidente, de quem é amigo pessoal desde os anos 80.
Ele se orgulha também de ser um dos únicos políticos em Mato Grosso do Sul que realmente tem acesso a Bolsonaro. Prova isso mostrando conversas diárias pelo WhatsApp com o ex-presidente. “Eu conheci Bolsonaro mesmo antes de entrar no Exército”.
Os dois se conheceram em Nioaque, onde Bolsonaro serviu por um ano como 1º tenente, de 1980 a 1981. Tenente Portela já morava na cidade desde 1973, quando se mudou com o pai, que havia acabado de comprar uma fazenda na região. Até ali, a família de Tenente Portela vivia em Tarabai, cidadezinha do interior de São Paulo.
Bolsonaro e Tenente Portela conviveram diariamente por um ano em Nioaque. Inclusive, Portela acompanhou de perto a gestação do primogênito do ex-presidente, Flávio Bolsonaro, quando ele era casado com Rogéria Bolsonaro, sua primeira esposa. “A gente jogava bola juntos, almoçávamos juntos. Ele era meu vizinho”.
Segundo Portela, já nessa época o ex-chefe do Executivo nacional mostrava vocação para liderar. “O Bolsonaro é uma liderança nata. Existe um líder que você forma ele, Bolsonaro não, ele nasceu assim. Tem um coração enorme. Um trato fora de comum. Ele se exalta, mas é uma pessoa que tira uma camisa pra vestir qualquer outra pessoa”.
Aparecido Andrade Portela é casado há 42 anos e tem três filhos biológicos e mais quatro de criação. Todos os filhos nasceram em Campo Grande, para onde ele foi transferido em 1984. Tenente Portela foi reformado em 2006 e, desde então, atua politicamente na Capital.
“Mesmo quando era deputado federal, Bolsonaro sempre ajudou nas campanhas aqui em Campo Grande. Sempre mandava vídeo quando a gente pedia. Ele tem um carinho especial por essa cidade e esse Estado.”
Costura dentro do partido
Tenente Portela disse que houve uma reflexão com amigos próximos para colocar seu nome como pré-candidato a prefeito de Campo Grande, bem como não poderia deixar de ser, após conversa com Bolsonaro.
Ele admitiu divergências dentro do PL, mas afirmou que o partido busca melhorar o relacionamento dos principais quadros internos para demonstrar união. “Tem o deputado João Henrique Catan que colocou seu nome, mas que não teve boa adesão, depois a gente colocou o Rafael Tavares (deputado estadual cassado), que também muita gente da direita não está achando boa e também tem a própria prefeita Adriane Lopes, que é próxima do presidente”.
Tenente Portela também não exclui a possibilidade de uma composição partidária. “A gente vê o que está acontecendo, por isso estou propondo e colocando o meu nome também com pré-candidato. Se for por uma questão de proximidade, mas eu não posso descartar uma coligação."
Semelhanças com Bolsonaro
Tenente Portela também destaca suas semelhanças com o ex-presidente. “Sou ficha limpa, tenho boa reputação e sou autêntico que nem ele. Pode achar que fui pro Serasa, se verificar vai ver porque eu fui, foi porque eu entrei e ganhei. Mas não tem aquela coisa de aparecer meu nome como alguém que roubou, brigou, não vai ter”.
Projetos para Campo Grande
O pré-candidato diz que vê Campo Grande com muitos pontos a serem melhorados, principalmente a questão do asfalto e saúde. “Vou atrás de pessoas técnicas. Eu preciso ter técnicos agora, política eu vou fazer".
Na questão da saúde, ele vê a necessidades de melhorias no atendimento e sugere a criação de subprefeituras para cuidar, mais de perto, do setor, dando ênfase ao primeiro atendimento. "As pessoas precisam de mais atenção", diz.
O asfalto é outro ponto que, numa eventual administração do tenente Portela, receberia cuidados especiais. "As ruas da cidade estão muito danificadas, precisam de reparo geral", avalia.
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