Justiça afasta ex-secretária de Ladário por assédio eleitoral
Graciele Zório Franco e o prefeito Iranil de Lima Soares são acusados de usar servidores como cabos eleitorais
A ex-secretária de Assistência Social de Ladário, Graciele Zório Franco, foi afastada do cargo em comissão ocupado por ela na Prefeitura Municipal por assédio eleitoral durante a campanha municipal deste ano. A juíza Luíza Vieira Sá de Figueiredo acatou o pedido do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), mas indeferiu o afastamento do atual prefeito de Ladário, Iranil de Lima Soares (PP).
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A ex-secretária de Assistência Social de Ladário, Graciele Zório Franco, foi afastada do cargo por assédio eleitoral durante a campanha municipal, após decisão judicial que acatou pedido do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). O MPMS acusou a ex-secretária e o prefeito Iranil de Lima Soares de coagir servidores a participarem de atos de campanha, com retaliações a quem se recusasse. A juíza indeferiu o afastamento do prefeito, mas proibiu ambos de contatar testemunhas e servidores envolvidos no processo. Cabe recurso da decisão.
Segundo o Ministério Público, o prefeito e a ex-secretária de Assistência Social teriam coagido servidores comissionados e em funções gratificadas a participarem de atos de campanha em favor de Graciele, então candidata a vereadora, e Luciano Cavalcante Jara, candidato à prefeitura.
Servidores com carga horária reduzida eram obrigados a irem aos atos de campanha à tarde e organizar reuniões, chamando familiares e amigos, à noite. A cobrança pela participação “voluntária”, narra a denúncia, era feita através de grupos de WhatsApp, onde curtidas e comentários em postagens também eram cobrados. Quem não se dedicava, era perseguido, segundo o MP.
“Aqueles que não atendiam aos comandos e metas fixadas por Graciele Zório Franco ou se opunham a prestar apoio político aos candidatos do prefeito de Ladário sofriam retaliações, eram exonerados ou dispensados, além de tolhidos de adicionais/gratificações como, por exemplo, horas extras”, diz a acusação.
A denúncia traz depoimentos de servidores demitidos e de funcionária pública que diz ter sido perseguida. Ela relata que, ao se opor aos comandos de Graciele, foi transferida de setor várias vezes e foi deixada sem atribuição, permanecendo sentada em uma cadeira de plástico das 7h às 11h e das 13h às 17h por duas semanas. “A minha vida virou um inferno”.
De acordo com a decisão da Justiça, não pode entrar na prefeitura e manter contato com servidores envolvidos no processo. A decisão ainda a proíbe de acessar sistemas internos, processos e atos da Administração Pública Municipal.
Mesmo sem o afastamento do atual prefeito, a juíza também determinou que Iranil não tenha qualquer contato com testemunhas e servidores relacionados ao caso, sob pena de responsabilização por eventual tentativa de obstrução da instrução processual. Cabe recurso da decisão.
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