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Política

Maiores partidos já definem estratégias para ampliar quadros no Estado

Antonio Marques | 14/01/2016 16:26

Donos de 14 das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa, os três maiores partidos políticos de Mato Grosso do Sul já traçam os planos para a disputa nas eleições municipais deste ano, que acontecem no mês de outubro. Mesmo com o prazo para definição dos candidatos ser de 20 de julho até 5 de agosto, tudo indica que PMDB, PSDB e PT devem articular e escolher os nomes de seus pré-candidatos antes disso, se quiserem ter chance de vencer o pleito deste ano nos principais municípios.

Apesar da rivalidade entre as três legendas no âmbito nacional e estadual, em muitos municípios elas são aliadas. Seus comandantes não falam em alianças neste momento, por defenderem que ainda é cedo. No entanto, a partir da realização das convenções partidárias no fim de julho e início de agosto, as conversas devem acontecer naturalmente.

De acordo com o diretório estadual do PSDB, partido do governador, Reinaldo Azambuja, a legenda intensificou o processo de filiação e fortalecimento com foco nas eleições municipais em setembro de 2015, durante os encontros regionais realizados, e deve continuar até a data limite do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 2 de abril próximo.

Outro partido que também iniciou os preparativos com vistas ao pleito municipal é o PT. Mesmo tendo sofrido desgaste político por conta do envolvimento de seus parlamentares federais no esquema de corrupção na Petrobras, apurado pela Operação Lava Jato, que levou à prisão o senador Delcídio do Amaral e ao pedido de denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra o deputado federal Vander Loubet, a legenda filou cerca de 1.600 novos membros em 2015 no estado, segundo o presidente estadual da legenda, ex-deputado federal Antonio Carlos Biffi, que assumiu o partido no início de outubro do ano passado.

Ex-deputado federal Antonio Carlos Biffi, presidente estadual do PT (Foto: Divulgação)
Ex-deputado federal Antonio Carlos Biffi, presidente estadual do PT (Foto: Divulgação)
Secretário de Fazenda, Márcio Monteiro, presidente estadual do PSDB (Foto: Divulgação)
Secretário de Fazenda, Márcio Monteiro, presidente estadual do PSDB (Foto: Divulgação)

Já a legenda de maior bancada na Assembleia Legislativa e com maior número de prefeituras no estado, o PMDB deve fazer o planejamento das ações objetivando lançar candidatos no maior número de municípios possíveis, conforme revelou o presidente estadual da legenda, deputado estadual Junior Mochi. Esse trabalho deve iniciar a partir do dia 15 de fevereiro, durante a primeira reunião da Executiva Estadual, “quando apresentaremos a proposta e discutiremos o assunto”, acrescentou ele.

Para Márcio Monteiro, o principal objetivo do PSDB é o fortalecimento das bases municipais, “onde vamos defender e aumentar o número de candidatos e políticas públicas, principalmente naquelas cidades onde ainda não tivemos oportunidade de mostrar nosso trabalho”, destacou ele, explicando que o partido também traça estratégias para conquistar o Executivo municipal e ampliar as bancadas no maior número possível de cidades. “O partido irá disputar as eleições em todas as regiões do Estado e aposta na reeleição da maioria dos 16 prefeitos sul-mato-grossenses”, informou o presidente.

Deputado Junior Mochi, presidente estadual do PMDB (Foto: Arquivo/Leonardo Rocha)
Deputado Junior Mochi, presidente estadual do PMDB (Foto: Arquivo/Leonardo Rocha)

A estratégia não é muito diferente do PT, que detém o comando de 12 prefeituras e tem pouco mais de 100 vereadores no estado. Conforme o presidente estadual, a meta é dobrar o número de vereadores, manter a reeleição dos atuais prefeitos ou seus substitutos, indicar candidaturas próprias nos 15 maiores municípios do estado, além de priorizar os pré-candidatos que apresentam condições reais de vencer as eleições municipais. “Queremos ampliar o espaço nas administrações municipais e montar chapas proporcionais com capacidade de aumentar nossa representação no Legislativo”, afirmou Biffi.

Junior Mochi lembra que, diante dos levantamentos preliminares realizados pelo PMDB, é possível ampliar o número de prefeitos em relação as atuais 21 prefeituras administradas pelo partido no Estado. “As pesquisas colocam vários dos nossos candidatos como favoritos em mais de 20 municípios e outros 10 com boas condições de vitória”, revelou o presidente da legenda.

Fora das administrações dos maiores municípios de Mato Grosso do Sul, o PSDB tem a favor o fato de estar no comando do governo estadual, que pode favorecer maior número de candidaturas. Um exemplo é caso de Três Lagoas, em que o partido deve disputar com o deputado estadual Ângelo Guerreiro.

O PT trabalha para manter o prefeito Paulo Duarte em Corumbá, maior município comandado pela legenda em Mato Grosso do Sul. Ele renunciou à presidência regional petista em outubro do ano passado justamente para se dedicar exclusivamente à gestão municipal e poder disputar a reeleição.

Atualmente na administração de Três Lagoas com a prefeita Márcia Moura, o PMDB pode perder a reeleição no município por não ter um nome de destaque no município. No entanto, é visto como favorito na disputa da prefeitura de Dourados, com o deputado federal Geraldo Resende, apontado em pesquisas de opinião com preferência entre os eleitores.

Capital – Em Campo Grande o jogo está aberto como há tempos não acontecia. Não há um nome com vantagem expressiva até o momento, como aconteceu nas eleições anteriores a 2012, quando o atual prefeito Alcides Bernal (PP) surpreendeu o candidato do PMDB, Edson Girotto; do PSDB, Reinaldo Azambuja. O candidato do PT, Vander Loubet, não encantou e não teve expressão na disputa.

Por enquanto, não há nomes definidos para enfrentar, tudo indica, o prefeito Alcides Bernal, que em tese tem certa vantagem por estar no cargo. Mas, os comandantes dos partidos disseram que o objetivo de suas legendas é disputar a prefeitura da Capital com candidaturas próprias.

O presidente do PSDB, Márcio Monteiro, disse que estão à disposição do partido os nomes da vice-governadora, professora Rose Modesto; do secretário de Governo, Eduardo Riedel, do presidente da Câmara de Vereadores de Campo Grande, João Rocha, do vereador Lívio Leite e “outros que também são qualificados e preparados para uma possível disputa, que serão definidos no momento certo”, explicou.

Já o presidente do PT que, no final do ano passado, chegou a cogitar o nome do ex-governador e deputado federal José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, para a disputa, já fala em outros nomes como Amarildo Cruz, Cabo Almi, Pedro Kemp e da possibilidade de sua própria pré-candidatura a prefeito da Capital pela primeira vez.

Junior Mochi confirma que o PMDB terá candidatura própria em Campo Grande, mas o nome será apresentado até o mês de abril. “Temos quadros importantes e dentre eles sairá o nome de consenso”, garantiu ele, sem citar nomes. Dentre as possibilidades da legenda para a Capital, estão o deputado federal Carlos Marun, a vereadora Carla Stephanini e o vereador Paulo Siufi, que já declarou sua vontade de ser candidato.

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