Marquinhos reúne 12 assinaturas e pede criação da CPI dos Fantasmas
Candidato a prefeito de Campo Grande, o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD) recolheu 12 assinaturas e apresentou à presidência da Assembleia Legislativa requerimento de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre funcionários fantasmas e nepotismo. A questão derivou da campanha no primeiro turno, quando Marquinhos foi acusado de receber sem trabalhar no Poder Legislativo.
O documento foi assinado pelos seguintes deputados: Trad; Pedro Kemp (PT); Amarildo Cruz (PT); João Batista dos Santos (PT), o João Grandão; José Almi Pereira Moura (PT), o Cabo Almi; coronel Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David; Zé Teixeira (DEM); Lídio Lopes (PEN); Beto Pereira (PSDB); Rinaldo Modesto (PSDB); Márcio Fernandes (PMDB) e Renato Câmara (PMDB). No mínimo, o requerimento precisava ser assinado por oito parlamentares. Participaram da sessão 22 deputados.
A proposta é investigar ocorrência de funcionários fantasmas na Assembleia entre 1986 e 2016, além de nepotismo cruzado com Câmara Municipal de Campo Grande, TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado) e TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
“Essa CPI vai servir para saber se existem funcionários fantasmas. Com apuração das fichas de ponto dos funcionários, assim como a prática de nepotismo, seja na Assembleia ou cruzado. Eu fui acusado de ser um funcionário fantasma, mas tenho todos os meu pontos regulares. Eu quis fazer essa CPI para esclarecer de uma vez por todas quem é quem. Quem não deve, não teme ”, diz Marquinhos.
O tema entrou em pauta quando o candidato Athayde Nery (PPS) acusou Marquinhos de ser “funcionário fantasma” da Assembleia, pois no mesmo período em que foi nomeado no gabinete do seu pai, Nelson Trad, estudava no Rio de Janeiro.
O deputado Márcio Fernandes também defendeu a busca pela verdade. “Não acho que seja interessante misturar as coisas em relação à campanha. Mas assinei porque sou a favor de todas as investigações para apurar a verdade”, afirma. Para Renato Câmara, qualquer indício de irregularidade deves ser investigado.
Já Mara Caseiro (PSDB) se mostrou preocupada com a isenção dos trabalhos. “Se é para investigar, nada melhor do que uma CPI. Mas entendo que uma pessoa investigada não pode fazer parte dos membros”, diz, em relação a Marquinhos.
Agora, o requerimento passa pelo crivo do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi (PMDB). Serão analisados três quesitos: total de assinaturas, o objeto de investigação e o tempo de duração dos trabalhos. Se estiver tudo regular, o presidente instaura a comissão e os partidos são convocados a indicar os participantes da CPI.