Marun deve compor CCJ para defender Temer de denúncia de corrupção
Segundo o deputado federal, a denúncia contra o presidente é fraca e insustentável
Aliado do presidente da República, Michel Temer (PMDB), o deputado federal Carlos Marun, também peemedebista, deve participar diretamente da análise da denúncia contra o presidente na Câmara.
A princípio, o processo, apresentado esta semana pelo MPF (Ministério Público Federal) ao STF (Supremo Tribunal Federal), será encaminhado para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), da qual Marun não faz parte.
No entanto, o PMDB poderá colocá-lo no grupo para defender Temer. Neste caso, o processo do Ministério Público só vira ação se houver a autorização da Câmara dos Deputados.
O presidente é processado por corrupção passiva e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot atribui crime a Temer a partir do inquérito da Operação Patmos - investigação desencadeada com base nas delações dos executivos do grupo J&F, que controla a JBS. O caso ainda não chegou na casa de leis, portanto, não foi analisado.
“A princípio não vai criar uma comissão especial e sim a CCJ, que não faço parte. Talvez eu entre para fazer a defesa”, disse.
Para o peemedebista, a denúncia de corrupção contra o presidente é “frágil e completamente inconsistente” e sem poder de derrubar Michel Temer.
Marun ainda não sabe qual deputado ele poderá substituir na CCJ e eventual troca se trata apenas por conta da defesa e não por dúvidas em relação aos votos dos peemedebistas na comissão.
A ação proposta por Janot não pode ser aberta diretamente pelo Supremo. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte máxima, terá de enviar a acusação formal do procurador à Câmara, casa que pode autorizar a abertura do processo contra o presidente - é necessária a aprovação de dois terços dos 513 deputados.
JBS - Marun disse que foi indicado para compor a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) criada para investigar a JBS no Senado e Câmara dos Deputados. "Fui indicado. Vou ser ou vice-presidente ou relator". Como se trata de uma comissão mista do Congresso, o Senado precisa indicar seus membros para que a CPI seja instalada de fato.
Em resumo, a investigação vai focar na relação entre a JBS e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que concedeu empréstimos à empresa, as circunstâncias da delação premiada e o suposto monopólio do mercado de frigorífico no País.