Marun diz que eleição está "maculada" e defende adiamento do pleito
Ministro afirma que ex-governador, preso desde o dia 20 de julho, está sendo perseguido e que a justiça está interferindo indevidamente no processo eleitoral
O ministro Carlos Maraun, da Casa Civil, defendeu nesta sexta-feira (2), na véspera da convenção do MDB, marcada para este sábado, que as eleições de Mato Grosso do Sul devem ser adiadas, por causa da prisão de André Puccinelli, que era candidato do partido até domingo passado. Marun afirmou, em entrevista ao programa Tribuna Livre, da Rádio Capital, que a decisão de prender André, tão perto da campanha eleitoral, é “absurda”, “extemporânea” e macula o processo eleitoral.
“A imprenssão que eu tenho é que estão querendo transformar Mato Grosso do Sul numa experiência, num case de como pode se radicalizar a participação da Justiça num pleito pra se obter um resultado eleitoral”, declarou o ministro, aliado histórico de Puccinelli desde quando ele foi prefeito em Campo Grande.
No tom contundente costumeiro, Marun afirmou que o “pleito em MS devia até ser adiado, essa é a verdade, haja vista a força da intromissão indevida da Justiça nas eleições de Mato Grosso do Sul”.
Ele criticou a decisões da justiça federal que mantiveram o ex-governador preso, como parte da Operação Lama Asfáltica, e ainda a demora no STF (Supremo Tribunal Federal) em decidir sobre o habeas corpus impetrado esta semana. “Estão demorando mais de 3 dias para decidir o relator”, afirma.
Marun diz que não há elementos para André estar preso e que o fato, em meio ao processo eleitoral, prejudicou demais a campanha emedebista.
Para ele, embora parte da legenda ainda tenha esperança de que Puccinelli seja solto e volte a ser candidato, o processo eleitoral está comprometido. “André não é mais candidato”, enfatizou.
Despreparo - Disse, ainda, que a substituta, Simone Tebet, é um bom quadro do partido, mas não teve tempo de se preparar para a disputa. A legenda não tem candidato a vice na chapa definido e está perdendo aliados, como anotou Marun na entrevista.
Para ele, é claro que existe uma perseguição para impedir a candidatura do “primeiro colocado” nas pesquisas.
O MDB, segundo apurou a reportagem, reuniu lideranças ontem à noite para discutir a candidatura. Não houve manifestação pública ainda sobre o resultado do encontro.