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Política

Marun prevê fim da CPI da JBS nos próximos dias, mas quer ouvir Janot

Relator previu concluir trabalhos nos próximos dias; sessão desta terça-feira teve silêncio de Joesley Batista, chamado de “mafiosinho de terceira categoria” por parlamentar

Humberto Marques | 29/11/2017 08:27
O deputado federal Carlos Marun, que relata CPMI da JBS. (Foto: Arquivo)
O deputado federal Carlos Marun, que relata CPMI da JBS. (Foto: Arquivo)

O relator da CPI da JBS no Congresso, deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), espera concluir nos próximos dias os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, incluindo uma nova convocação do ex-procurador-geral de Justiça, Rodrigo Janot.

A previsão foi dada ao Campo Grande News, horas depois da sessão conjunta dos colegiados que apuram o caso no Congresso, na qual o empresário Joesley Batista, proprietário do frigorífico JBS, optou por ficar em silêncio e não responder as perguntas dos congressistas (seguindo orientações de seu advogado).

Insatisfeito com o posicionamento do empresário –que, na maioria das perguntas, afirmou que manteria o silêncio–, Marun, conforme o jornal Folha de S. Paulo, chamou Joesley de “mafiosinho de terceira categoria”.

“Eu acho que o senhor não é tão bandido quanto o senhor confessa ser”, pontuou Marun. “O senhor que era um mafiosinho de terceira categoria resolveu achar que era um Al Capone”, prosseguiu o deputado, colocando em dúvida afirmações que os donos e diretores do JBS fizeram contra integrantes do Governo Temer.

“Os depoentes são convocados para poderem se defender. Se eles abrem mão disso, os maiores prejudicados são eles mesmos”, afirmou Marun ao Campo Grande News. Mesmo sem as informações prestadas por Joesley e seu irmão, Wesley Batista –que também optou por ficar em silêncio em depoimento anterior–, o relator afirma que os trabalhos da CPI “avançaram bastante”.

Miller e Janot – Conforme Marun, o relatório da CPI será “muito claro”, e “deverá ser concluído nos próximos dias”. Antes disso, porém, ainda serão tomados outros depoimentos, como o do ex-procurador da República Marcelo Miller, que deve ser ouvido nesta quarta-feira.

Miller é acusado de ter ajudado na formatação de proposta de delação premiada de executivos da JBS quando ainda atuava na equipe de Rodrigo Janot, e foi desligado do Ministério Público em 5 de abril. Segundo ele, a saída deveria ter ocorrido em fevereiro, para que ele atuasse em um escritório de advocacia que atende o grupo J&F –controlador do JBS.

Carlos Marun disse que a comissão também pretende ouvir Rodrigo Janot, que já foi convidado a depor anteriormente. “Se não vier, paciência. Se quiser, que venha depor”. Janot foi o responsável por referendar a delação dos integrantes do JBS –que atingem membros do Governo Temer– e a repassar ao Supremo Tribunal Federal.

Em setembro, antes de deixar o comando da Procuradoria-Geral da República, mandou investigar eventual omissão de informações em delação e práticas de crimes pelos executivos da JBS. A suspeita surgiu em áudio divulgado de uma conversa entre Joesley e Ricardo Saud, então diretor da J&F.

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