MegaServ reduz preço em 40% e concorrentes acusam ser inexeqüível
A empresa MegaServ apresentou, novamente, preço mais baixo para serviços de limpeza de unidades de saúde de Campo Grande, fato que levou outras concorrentes a protestaram por considerar “impraticável”. O preço inicialmente estipulado pela Prefeitura de Campo Grande para o Pregão Presencial nº 99, realizado esta manhã, era de R$ 1.265.264,70 por mês com validade anual e a MegaServ, atual detentora do contrato emergencial, ofereceu a proposta de R$ 833 mil e depois, no lance verbal, abaixou ainda mais, para R$ 769 mil. O deságio é de quase 40%.
Entre as sete empresas que apresentaram protestos estão Luger Mutiserviços, Organização Morena e a Guima Constr. Serv. e Com. Ltda, que apresentaram respectivamente os seguintes valores em suas propostas: R$ 1.193.203,00; R$ 1.100.000,00; e 1.056.144,00. Também participaram do certame as empresas Limpar Soluções Ltda (R$ 1.262.849), Ligia Maria Fonseca de Albuquerque - EPP (R$ 1.198.550,00), Total (R$ 1.132.925,00) e Viga (R$ 1.072.534,00).
Nos protestos, as empresas alegaram a Mega Serv se distanciou-se muito dos outros concorrentes. “O valor proposto é realmente inexeqüível”, garantiu o diretor da Total, Water Loo, segundo quem mesmo os R$ 833 mil propostos inicialmente pela MegaServ já estariam fora da realidade de mercado. “Esse preço é gracioso, mas leiloeiro diz que vai avaliar”, informou.
Segundo Water Loo, como algumas empresas não apresentaram planilha detalhada de custos, o leiloeiro decidiu suspender o certame e publicar nova convocação para entrega desses documentos. Indagado se a conclusão sobre a empresa vencedora vai demorar muito, o diretor da Total respondeu: “Se ficar só no administrativo, sem ida ao Judiciário, é questão de 15 dias”, opinou.
O valor anual do contrato chega a R$ 15 milhões, sendo de R$ 1,26 milhão por mês, em razão de o edital ter trazido exigências maiores, como maior número de funcionários para execução do serviço e outros itens.
Contrato emergencial - A Mega Serv é a atual detentora do serviço de limpeza nos postos de saúde da Capital, tendo firmado contrato emergencial com a Prefeitura de Campo Grande no valor de R$ 4,4 milhões, dia 1º de março, com vigência de 180 dias. O prazo de efetivo serviço prestado está vencendo hoje, mesmo dia em que foi realizado pregão.
A coincidência de datas levou o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Calote da Câmara, vereador Elizeu Dionízio, a suspeitar de que trata-se de mais uma armação para que se prorrogue a execução emergencial por parte da Mega Serv, já que os postos não podem ficar sem limpeza.
A CPI do Calote considera que a empresa Mega Serv, de Dourados, é uma das empresas de fachada contratadas emergencialmente pelo prefeito Alcides Bernal. Os vereadores da CPI estranharam o fato de a empresa ser recebido adiantado o valor do contrato, de R$ 4,4 milhões, enquanto outras, como a Total, ficaram com valores retidos, apesar de terem prestado serviço.