Militantes tumultuam trânsito e promovem “buzinaço” durante realização de debate
Moradores do entorno e motoristas foram pegos de surpresa com a interdição da avenida e barulho dos apoiadores
As ruas no entorno do segundo debate entre os candidatos ao governo de Mato Grosso do sul, realizado na noite de hoje (14), no teatro do Colégio Dom Bosco, em Campo Grande, foram tomadas por militantes que sacudiram bandeiras e promoveram um barulhento “buzinaço”, gerando revolta em motorista e moradores da região. O encontro é organizado pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).
A concentração dos apoiadores teve inicio antes das 18h, mesmo debaixo de chuva. O quadrilátero da Avenida Mato Grosso, entre as ruas 14 de Julho e 13 de Maio, onde está sendo realizado o debate, foi interditado. Para evitar conflitos entres ao manifestantes a Polícia Militar reforçou a segurança no local.
A interdição na avenida congestionou o transito em pleno horário de pico e revoltou trabalhadores que passavam pelo local e foram pegos desprevenidos com a situação. “É uma falta de respeito fazer isso em pleno horário de pico e sem avisar. Várias pessoas perderam ônibus tentando voltar para casa depois de um dia de trabalho. Eu mesmo demorei mais de duas horas para chegar em casa”, lamentou Thais Bandeira, 24 anos.
A algazarra promovida no entorno do teatro atrapalhou também a rotina dos morados da região. Rita Silva, 36 anos, que mora em frente ao local do debate, criticou a barulheira realizada pelos apoiadores, que acabou atrapalhando sua rotina de estudos.
“Desde às 17h10 está essa cornetação, barulheira e gritaria. É insuportável! Eu trabalho em casa e estudo, tenho um cronograma que hoje não vou conseguir completar, porque é impossível se concentrar com música e grito. Até onde o político tem direito de atrapalhar a vida das pessoas para se promover?”, questionou a moradora.
Além da manifestação na parte de fora de fora do teatro, os apoiadores também se exaltaram na plateia, que comporta cerca de 600 pessoas.
Dirigente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e mediador do debate, Ariovaldo Camargo, teve de dar bronca na militância, de direita e esquerda, que estava na plateia e fazia questão de vaiar candidatos com viés político contrário. Ele chegou a dizer que a porta do auditório estava livre para que quisesse ir para fora "fazer bastante barulho", mas que era preciso respeitar os que falavam.