MP terá que ser acionado após violência contra pessoas com deficiência
Se virar lei, estabelecimento e profissional que descumprirem regra podem ser punidos
Está tramitando na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul, projeto de lei que pode obrigar estabelecimentos públicos de saúde a acionar o MPMS (Ministério Público do Estado) ao atender pessoas com deficiência com suspeita de terem sofrido violência. A matéria é de autoria do deputado estadual Neno Razuk (PTB).
O informe ao Ministério Público deverá conter as seguintes informações: nome completo da vítima atendida; identificação do acompanhante da vítima; e cópia detalhada do boletim médico. Em caso de descumprimento da norma, o estabelecimento e o profissional que fez o atendimento estarão sujeitos à advertência, bem como as outras medidas cabíveis do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
“A ação do Poder Público em defesa da pessoa com deficiência necessita ser conjunta, buscando a implantação de meios de prevenção, bem como enfrentamento à essa forma de violência”, justificou o parlamentar.
Razuk disse ao Campo Grande News que, em alguns casos, a pessoa com deficiência não consegue expressar que está sendo vítima de violência.
“Quando há suporte para denúncia, apuração e punição de agressores, os casos vem a tona, e norteiam essas ações de prevenção. Devemos lembrar que os maus tratos geralmente, têm ligação com a situação de poder entre a vítima e o agressor”, ponderou.
Se a proposição receber parecer favorável à sua tramitação pela CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) e pelas comissões de mérito, sendo aprovada também nas votações em plenário e sancionada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), torna-se lei e entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial Eletrônico.