MPE começa a apurar 'sumiço' de R$ 100 milhões da previdência municipal
A 29ª Promotoria de Justiça de Campo Grande começou a apurar a denúncia de suposto "sumiço" de R$ 100 milhões da previdência municipal da Capital. O caso foi apresentado pelo deputado estadual Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PSC), que é candidato a prefeito, após comparar as contas do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande) entre 2013 e 2016.
Neste estudo feito pelo parlamentar, ele levantou que em maio de 2013 havia R$ 110.650.995,27 na conta da previdência municipal. No entanto, em 30 de maio deste ano, foi divulgado o valor de R$ 874.552,19, ou seja, uma diminuição de R$ 109.776.443,08.
O promotor Alexandre Pinto Capiberibe Saldanha abriu procedimento preparatório para apurar estas eventuais irregularidades na gestão do IMPCG. "Confio na seriedade do MPE, sempre solicitei uma explicação sobre onde foram parar os R$ 109 milhões das contas da previdência, já que será um grande problema para o próximo prefeito", disse David.
O deputado ressalta que esta questão pode gerar problemas em curto prazo aos servidores municipais, que fazem a contribuição, para terem a sua aposentadoria garantida. "Vamos esperar que esta investigação possa nos esclarecer estes fatos".
Justificativa - A Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da diretoria do IMPCG, se posicionou na época da denúncia, dizendo que enfrenta problema de déficit que se arrasta desde 2011, sendo agravado pelo aumento de 45,38% de aposentados no serviço público municipal entre dezembro de 2012 e abril de 2016.
Em nota publicada, negou o desvio de recursos, e ainda divulgou que os R$ 874.552,19 em caixa apresentados na denúncia, são valores que estão depositados em conta movimento, havendo ainda outros R$ 17.131.695,96 em aplicações financeiras, como fundos de investimentos.
Entramos em contato com a prefeitura, para saber a posição sobre a apuração que foi aberta pelo MPE, mas até o momento não tivemos retorno.