Deputado suspeita de "sumiço" de R$ 100 milhões da previdência municipal
Segundo o parlamentar, houve diminuição de R$ 109.776.443,08 de 2013 até agora
O deputado estadual Carlos Alberto Davi dos Santos (PSC) denunciou hoje a suspeita de desvio de R$ 100 milhões do caixa da Previdência Municipal. Ele disse que vai acionar o MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) para questionar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), a respeito dos recursos destinados ao setor. Segundo o parlamentar, de 2013 até maio deste ano, houve redução de R$ 109.776.443,08.
Nesta quinta-feira (23), ele apresentou dados de demonstrativos da Política de Investimentos dos anos anteriores, que mostram que quando Alcides Bernal assumiu a gestão municipal, o IMPCG (Instituto Municipal de Previdência) contava com investimentos de R$ 110.650.995,27. Já em 30 de maio de 2016, o caixa registrou R$ 874.552,19, ou seja, diminuição de R$ 109.776.443,08.
O pedido para o MPE é para que seja aberto um procedimento preparatório para apuração dos fatos apresentados pelo deputado. A representação também será encaminhada ao TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul) e Câmara Municipal, resposáveis por fiscalizar as contas do Município.
Coronel Davi ainda citou notícia envolvendo o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), em maio deste ano, que mostra uma conversa dele, de 2012, com o doleiro Fayed Traboulsi, que teria vendido títulos para o fundo de pensão de servidores municipais. Maranhão figura como intermediário de um negócio de R$ 6 milhões.
“Não estou acusando a administração municipal, mas chama nossa atenção”, disse Coronel Davi, nesta manhã. Ele se refere a trecho da conversa interceptada entre Maranhão e o doleiro, especialmente quando o deputado fala que Bernal está em Brasília com a “missão” de ir ao encontro de Fayed. “É muito estranho que, antes de assumir a gestão, o atual prefeito tenha participado de um relacionamento no mínimo suspeito”.
A reportagem do Campo Grande News procurou a Prefeitura para saber seu posicionamento, mas, até o fechamento e publicação deste texto não houve resposta.