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Política

Nem tudo está perdido, avalia deputado petista sobre mandato de Dilma

Processo segue para o Senado, onde, diz deputado, composição é melhor

Mayara Bueno | 18/04/2016 11:43
Ex-governador do Estado, o deputado federal Zeca do PT na votação de ontem. Ele foi contra afastamento. (Foto: Reprodução)
Ex-governador do Estado, o deputado federal Zeca do PT na votação de ontem. Ele foi contra afastamento. (Foto: Reprodução)

Nem tudo está perdido, concluiu o ex-governador do Estado e deputado federal Zeca do PT, horas depois da aprovação do processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT). O parlamentar aposta em um cenário “relativamente melhor” no Senado, casa legislativa para onde segue o relatório, que será analisado e julgado pelos senadores.

Na Câmara dos Deputados, os parlamentares encerraram a votação por volta das 23 horas de Mato Grosso do Sul, com o placar de 367 votos a favor do impeachment e 137 contrários. Da bancada sul-mato-grossense, composta de oito deputados, apenas três disseram ‘não’ ao afastamento da presidente.

Zeca atribui a aprovação à composição da Câmara “fortemente conservadora e reacionária” com a “absoluta” falta de articulação do governo. “Mas não está tudo perdido. Conversei com alguns senadores e lá existe uma composição relativamente melhor”, afirmou o ex-governador, que já tem pelo menos duas reuniões marcadas; uma com a bancada do PT, hoje, e outra com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (19), para avaliar os direcionamentos a partir de agora.

Para Zeca, não há crime de responsabilidade no processo de destituição e que a votação de domingo foi muito mais política do que técnica. “Votaram contra o PT. Não há argumentos concretos, não tem crime contra Dilma”, disse.

Conclui comentando os discursos dos deputados federais que, ontem, mencionaram Deus e família para dizerem ‘sim’ ao impedimento. “Falaram em homenagem a vovozinha ou bisavó que morreu há 50 anos. Foi um julgamento político aproveitando o enorme desgaste”.

No Senado - O afastamento temporário ou arquivamento do processo deve ocorrer entre 10 e 11 de maio. A tramitação por lá começará de fato quando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), enviar ao Senado o resultado da votação, que deve ocorrer ainda nesta segunda. No dia seguinte, os senadores deverão definir e compor uma comissão específica para o assunto.

Por votação de maioria simples, ou seja, a metade mais um, o colegiado decidirá se aceita o processo ou arquiva. Em caso positivo, a presidente será afastada por 180 dias e Michel Temer (PMDB), vice-presidente, assume, enquanto os parlamentares colhem possíveis documentos e provas contra a denúncia e Dilma se defende.

Encerrada a apuração, o plenário vota sim ou não. Com maioria favorável, a presidente é destituída definitivamente; com maioria contrária, Dilma reassume o cargo. O julgamento no Senado acontecerá com o presidente do STF.

Ex-PT e líder do governo Dilma, o senador Delcídio do Amaral (sem partido) já declarou que vota sim. O presidente regional do partido, Antonio Carlos Biffi, foi procurado pelo Campo Grande News, mas não atendeu as ligações.

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