O que faz um jovem ser "deputado mirim" em meio à descrença na política?
Estudantes foram diplomados hoje e terão mandado de dois anos, acompanhando deputados na Assembleia
Diplomados nessa manhã no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), os 24 deputados mirins e seus suplentes, participantes do programa "Parlamento Jovem", sonham em garantir sua representatividade no governo e até mesmo seguir carreira na política, segundo eles. O projeto da Escola do Legislativo leva alunos de escolas públicas e particulares a conhecer de perto a rotina na Assembleia Legislativa.
Em tempos onde as dúvidas e o descrédito nos políticos predominam, esses adolescentes ainda revelam esperança. E tem discurso voltado às minorias. "Os jovens, as mulheres, negras principalmente, homossexuais, todos estão necessitando ter mais representatividade na política, e nós estamos aqui para isso. Precisamos garantir o direito de todos", afirma Ana Carolina dos Santos, de 16 anos, diplomada agora pela manhã.
Ela lembra que, inicialmente não tem como objetivo disputar cargos públicos, mas a área da política sempre foi algo que chamou sua atenção. "Eu quero fazer faculdade de advocacia, e quero continuar nesse meio de política, podendo garantir o que é de direito de todos", explica a adolescente.
Os amigos Gustavo Henrique Stahlke e Gustavo Andrade, ambos de 15 anos, também têm a certeza de que estar no meio é essencial para que essa descrença acabe. "Nós somos o futuro do país, precisamos saber como que as coisas acontecem na política para poder cobrar quem está no poder", afirma Stahlke.
Ele confirma que quer seguir na carreira política, principalmente por ter facilidade de se comunicar em público. Já Andrade afirma que tem como objetivo saber o que pode reivindicar.
"Quero conhecer meus direitos, quero saber o que eu posso ou não exigir, o que posso cobrar dos políticos", lembra o adolescente. Ele completa dizendo que o meio chama muito sua atenção, mas seu principal objetivo é obter conhecimento.
O deputado Júnior Mocchi enfatiza a necessidade desses adolescentes estarem presentes na Assembleia. "Eles são nossa esperança, e ainda, perto do final do mandato deles, eles se aliam à um deputado e podem apresentar um projeto, que será votado na Câmara".