OAB quer que PM desista de homenagem a deputado polêmico
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) vai pedir à PM (Polícia Militar) o cancelamento da homenagem ao deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que no dia 22 de abril deve ser agraciado com a Medalha Tiradentes.
De acordo com o presidente da comissão de Direitos Humanos, Joatan Loureiro, a nota de repúdio será entregue na tarde desta quinta-feira ao comandante da PM, coronel Deusdete Souza de Oliveira Filho. O documento também é endereçado ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
A nota de repúdio foi aprovada durante seminário sobre Direitos Humanos, que acontece até amanhã na sede da OAB em Campo Grande. “O deputado Bolsonaro é antidemocrata, a favor da Ditadura, foi condenado no Rio de Janeiro por discriminar o movimento LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros]. É a favor de bater na mulher mesmo, a favor de tortura”, afirma Loureiro.
Segundo ele, esse histórico será citado na nota de repúdio e usado como argumento para dissuadir a PM de homenageá-lo. Ainda conforme Loureiro, há muitas pessoas que podem ser merecedoras da homenagem.
A comissão também quer saber se a vinda de Bolsonaro a Campo Grande vai envolver dinheiro público, com custeio de passagem e estadia. “Saber quem está pagando a despesa”, diz. Bolsonaro é capitão da reserva do Exército Brasileiro
O maior desgaste do deputado foi em dezembro do ano passado, quando afirmou que só não “estupraria” a deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, porque ela “não merecia”. Na ocasião ele rebateu um discurso da parlamentar que defendia a Comissão da Verdade e investigações sobre os crimes cometidos pela Ditadura Militar.