Olarte nega compra de votos, mas advogado cogita delação premiada
O advogado Jail Benites Azambuja, ao deixar a sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), no início da tarde de hoje, negou que ter havido delação premiada no depoimento do prefeito afastado Gilmar Olarte. "Não, de maneira alguma. Não houve a oferta e nem se cogitou isso", enfatizou ao ser questionado, mas afirmou que pode usar esse instrumento se houver necessidade mais na frente.
Jail Azambuja disse que seu cliente foi questionado sobre essencialmente sobre as circunstâncias do processo de cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014, e que Olarte teria esclarecido as questões. "Ele repetiu aquilo que já havia dito anteriormente e que já é de conhecimento. Confirmou participar de algumas conversas com vereadores e empresários", comentou, explicando que todas foram no sentido de um cenário de futura possibilidade de cassação, sobre como ficaria o governo municipal.
O advogado afirmou também que em nenhum momento houve proposta ou tentativa de influenciar votos de vereadores pela cassação. "Nunca houve promessa por voto de vereadores. Apenas partidos que procuravam espaço após uma possível cassação", ressaltou. O advogado não descartou a necessidade de seu cliente oferecer a delação premiada se aparecer fatos novos pela frente.
Para Jail Azambuja, depois do depoimento de hoje, não vê motivo para a prorrogação da prisão temporária de Gilmar Olarte, mas lembrou que é uma prerrogativa do MPE (Ministério Público Estadual). O prazo da prisão temporária solicitada pelo Gaeco vence a meia noite de hoje, quando ele deve deixar o Presídio Militar de Campo Grande.
Olarte é investigado na Operação Coffee Break, que apura a compra de votos de vereadores para cassar Bernal. Além dele, o empresário João Amorim, dono da Proteco, e 18 vereadores são investigados.