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Política

Olarte passará 10 dias na "Supermáxima" em triagem da covid-19

Em seguida, ex-prefeito deve seguir para o Centro de Triagem, onde pode voltar para a cela 17, onde já ficou

Clayton Neves e Marta Ferreira | 05/05/2021 17:44
Ex-prefeito no momento em que deixou o Imol em viatura da Polícia Civil. (Foto: Kísie Ainoã)
Ex-prefeito no momento em que deixou o Imol em viatura da Polícia Civil. (Foto: Kísie Ainoã)

Preso para cumprir pena de 8 anos de detenção, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, de 50 anos, colaborou e não resistiu à prisão no momento em que foi abordado por agentes da Polinter. Depois de passar por exame de corpo de delito, Olarte foi levado para o presídio fechado da Gameleira I, conhecido como "Supermáxima",  onde deve passar os próximos 10 dias em triagem para a covid-19.

“Ele estava tranquilo, não teve objeção à prisão”, explicou o delegado Luís Tomaz Ribeiro, titular da Polinter (Delegacia Especializada de Capturas), responsável pelo cumprimento do mandado de prisão. O ex-prefeito foi detido no restaurante que administra e estava sozinho quando ficou sabendo da determinação judicial.

Gilmar chegou ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) em viatura da Polícia Civil e não estava algemado. Ao deixar o local, ele tentou se esconder de repórter fotográfica do Campo Grande News que estava na saída do prédio.

De lá, seguiu para a Penitenciária Masculina de Regime Fechado da Gameleira, onde ficará por 10 dias em triagem preventiva da covid-19.   A prisão, também conhecida como "Supermáxima", por ter regras rígidas e não ter histórico de entrada ilegal de celular, é para onde os presos estão indo para a fase de inclusão no sistema prisional em Campo Grande.

Em seguida, segundo apurado pela reportagem, o ex-prefeito deve ser transferido ao Centro de Triagem Anísio, o CT, no complexo penal da saída para Três Lagoas. Lá, seu destino provável é a cela 17, conhecida por  presos “famosos”, como o ex-governador André Puccinelli, o réu da Omertà Jamil Name, quando foi preso em 2019, e o prório Olarte.

Ele ficou no lugar em 2016, quando foi preso durante investigações da operação Pecúnia, que envolve também corrupção e lavagem de dinheiro.

A cela tem capacidade para  24 homens.

Olarte é conduzido por policial durante prisão em 2016. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Olarte é conduzido por policial durante prisão em 2016. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O caso - A execução da pena começando em regime fechado foi determinada depois de negativa de recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) em março deste ano contra condenação de 2017, em ação por corrupção e lavagem de dinheiro.

Nesse processo, Olarte foi condenado por pegar folhas de cheque “emprestadas” de fiéis da igreja Assembleia de Deus, antiga Nova Aliança e trocar por dinheiro com agiotas.

Os recursos, que chegaram a somar prejuízo de R$ 800 mil para as vítimas, foram arrecadados para quitar dívida da campanha eleitoral de 2012, quando o pastor evangélico, fundador da Adna em Campo Grande, candidatou-se a vice-prefeito na chapa de Alcides Bernal (PP).

Olarte assumiu a prefeitura quando Alcides Bernal foi cassado pela Câmara, em 2013. Ficou até 2015, quando o ex-companheiro de chapa retornou ao cargo. Perdeu também o cargo de vice por decisão judicial.

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