Olarte pode ser expulso por “extrema infidelidade”, avalia Bernal
O próximo integrante do Partido Progressista a perder representação política poder ser o vice-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte. A justificativa vem do líder estadual do partido e prefeito, Alcides Bernal (PP), para quem houve “extrema infidelidade partidária”. Uma resolução sobre o caso deve ser tomada pelo partido.
“O vice-prefeito tem cometido atos de extrema infidelidade partidária e quem está tomando conta dessa situação é o partido. Ele tem proposto situações extremamente desagradáveis, inclusive de partilhar a prefeitura com adversários e, para isso, ele quer chegar ao poder”, justifica Bernal quando questionado sobre a expulsão de Olarte.
A possibilidade de expulsão do vice-prefeito não é novidade e sempre esteve associada às investigações que deram inicio ao julgamento de Bernal pela Câmara por suposta “fabricação de emergências”. O próprio prefeito acusou seu vice de articular um “golpe” para tirá-lo da Prefeitura. Ambos cortaram relações no inicio da gestão progressista na Capital.
Mais um – Caso Olarte seja expulso, será mais um a sair do partido por decisão da cúpula estadual, comandada por Bernal. O primeiro a sofrer com a sanção foi o vereador Waldecy Chocolate, expulso em dezembro, mas comunicado da decisão no início do mês.
A instalação do processo ético contra o vereador foi anunciada pelo presidente do Diretório Municipal do PP em Campo Grande, vereador Derly dos Reis, o Cazuza, no mesmo dia em que aconteceu a criação da Comissão Processante para julgar irregularidades contratuais e licitatórias que teriam sido praticadas por Bernal para favorecer empresas amigas.
Embora tenha liderado o movimento pela expulsão de Chocolate, o vereador Cazuza alegou ignorância quanto à decisão do Diretório Regional do PP, tomada no começo de dezembro. “Não estou sabendo”, afirmou ao Campo Grande News.
Com a iminência da cassação e buscando ampliar apoio na Câmara para barrá-la, Bernal chegou a conversar com Chocolate, sem conseguir, porém, trazê-lo de volta para a bancada governista. A mágoa de Chocolate cresceu muito depois que Bernal exonerou sua esposa do Instituto Mirim.
A confirmação da expulsão de Chocolate, neste momento, vai na contramão do discurso do articulador político de Bernal, o secretário Pedro Chaves, que vinha dizendo que a intenção da atual gestão era conquistar a maioria dos vereadores para a base, inclusive do PMDB, como Paulo Siufi, que foi presidente da CPI do Calote, em cujo relatório se baseou a Comissão Processante.