Expulso do PP, Chocolate cancela férias e volta de madrugada à Capital
O vereador Waldecy Chocolate (ex-PP) garante que foi surpreendido com a decisão do seu partido de expulsá-lo. “Eu estava de férias com a minha família e vou perder dois dias delas. Estou já voltando para Campo Grande para ver isso. Estarei chegando de madrugada”, informou ele nesta tarde de sexta-feira (17). O vereador teme que, sucedendo a expulsão, o PP proponha processo judicial para tomar seu mandato.
Em entrevista ontem ao Campo Grande News, o presidente da Comissão de Ética e Disciplina do Diretório Regional do PP, Ulisses Duarte, revelou que a expulsão foi decidida por unanimidade no final do ano passado e comunicada à Justiça Eleitoral no começo de janeiro de 2014.
“O vereador fez a defesa através de advogado constituído e aí a Executiva deliberou pela expulsão”, afirmou Duarte na quinta-feira (16). “Ele não integra mais o PP. Já foi até comunicado à Justiça Eleitoral no começo deste ano”, declarou.
Hoje, Chocolate garantiu que ainda não foi “notificado” da decisão de expulsão. “Meu advogado está cuidando disso. Não fui ainda notificado”, disse o vereador, cuja expulsão foi motivada, principalmente, por ter votado a favor da criação da Comissão Processante no dia 15 de outubro. Para o PP, houve “infidelidade partidária”.
Cassação do mandato – Waldecy Chocolate teme que a expulsão seja apenas o primeiro passo para o PP tentar, pela via judicial, cassar o seu mandato na Câmara de Campo Grande. Baseado em resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), muitos partidos têm ingressado na Justiça para tomar o mandato de parlamentares considerados infiéis.
“Estou voltando por causa dessa decisão. Não posso ficar lá passeando, enquanto existem pessoas querendo tomar o meu mandato”, afirmou o vereador. Indagado sobre o local onde passou as férias, Chocolate não quis revelar.
No Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a pretensão de partido político tomar vaga de vereador não tem prosperado. A mais recente tentativa foi do PSDB, que tentou, antes mesmo do suplente José Chadid assumir, tomar a vaga dele, sob o argumento de que foi expulso por infidelidade partidária. O juiz do TRE que julgou a causa, porém, considerou que o partido só tem direito à vaga quando o parlamentar pede a desfiliação.