Para Bernal não voltar, “se for preciso a gente fecha a Câmara”, diz Siufi
O ex-presidente da CPI do Calote, vereador Paulo Siufi (PMDB), afirmou, nesta sexta-feira (16), que se for preciso a Câmara de Campo Grande irá às últimas consequências para impedir que Alcides Bernal volte a comandar a Prefeitura. “Se precisar, a gente fecha a Câmara”, disse. “A Câmara está disposta a tudo, vamos até as últimas consequências. Nossos advogados estão de plantão”, acrescentou.
Na opinião de Siufi, é inaceitável e lastimável o que aconteceu ontem em Campo Grande. “Temos de respeitar o Poder judiciário, mas tem de respeitar o Legislativo também. São três poderes. Não é apenas um. Somos poderes harmônicos e independentes. Não concordamos com o que foi feito ontem”, disse.
A forma como Alcides Bernal orquestrou seu retorno à prefeitura, determinando a ex-secretários que ocupassem prédios públicos, para Siufi, é uma “página negra” na história de Campo Grande. “Como pode um prefeito com seu mandato cassado e seus asseclas invadirem órgãos públicos?”, questionou o vereador.
Insegurança jurídica – Na avaliação do ex-presidente da CPI do Calote, a decisão liminar do juiz David Gomes criou um clima de insegurança jurídica na cidade. “Campo Grande é uma cidade ordeira. Isso está causando insegurança jurídica muito grande. Se não houver juízo por conta das pessoas que julgam as ações, vamos colocar em risco a ordem social”, declarou.
A inauguração da nova “guerra de liminares”, conforme o vereador, é muito ruim para a cidade de Campo Grande. “Nos deixa assustados. Imagina os empresários que querem vir para Campo Grande, vendo toda essa forma absurda de se fazer tudo pelo poder, essa gana, essa sede que esses indivíduos demonstram. Uma vergonha. Uma página negara de história política de Mato Grosso do Sul, que gostaria que fosse esquecida, arrancada”, desabafou.
Indagados se não há risco de o Supremo Tribunal Federal (STF) dar liminar favorável a Alcides Bernal, o ex-presidente da CPI do Calote respondeu: “ O STF tem respeitado as decisões de legislativo e dos tribunais. Tem levado paz a todos os lugares, firmado posição contra os que causam corrupção e atos de improbidade administrativa, como esse cidadão fez em Campo Grande. Não vejo a mínima condição de o STF julgar favorável”.