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Política

Para “festejar” resistência a desconto, aposentados levam bolo ao governo

Servidores inativos rejeitam 14% de contribuição que surgiu com reformda da previdência

Por Caroline Maldonado e Clara Farias | 28/10/2024 11:27
Aposentados durante manifestação em frente à governadoria na manhã desta segunda-feira (28) (Foto: Clara Farias)
Aposentados durante manifestação em frente à governadoria na manhã desta segunda-feira (28) (Foto: Clara Farias)

Com tendas e cruzes, servidores aposentados do Governo do Estado fizeram manifestação em frente à governadoria na manhã desta segunda-feira (28), dia do Servidor Público, para marcar a "resistência" à contribuição de 14% para os inativos, que veio com a reforma da previdência. Os idosos entre 60 e mais de 80 anos destacam que o valor “pesa no bolso” e muitos estão “afundados” em dívidas e empréstimos consignados, além de ter muitas despesas com remédios.

A aposentada Auxiliadora Darc, de 68 anos, entregou um pedaço de bolo para o chefe da Casa Militar, coronel Marcos Paulo Gimenez, já que o governador Eduardo Riedel (PSDB) está em Londres, na Inglaterra, em evento sobre sustentabilidade com líderes mundiais.

“Durante esse período que nós tivemos, desde quando nós começamos a fazer o movimento, nós perdemos colegas com doenças, câncer, depressão, a gente perdeu a maioria policiais, mas são funcionários públicos também, perdemos colegas nossos da saúde”, disse Auxiliadora ao destacar que muitos faleceram nesses últimos anos.

Aposentada pelo Poder Judiciário, Ione Rojas Franco, de 60 anos, destacou que a manifestação é para “comemorar” a luta e resistência com o objetivo de que o governo volte atrás com relação à cobrança dos inativos.

“É isso que nós estamos querendo dar essa visibilidade e lembrar ao [governador Eduardo] Riedel, que nós não vamos esquecer das promessas dele. E nós estamos na luta e para nós é desumano. Tem pessoas afundadas em dívidas, consignado, pessoas doentes e ele se recusa a rever”, disse Ione.

Policial penal aposentada, Dalma Fernandes de Oliveira, de 65 anos, classifica como “absurdo” o desconto de 14%. “Nós já pagamos, eu trabalhei 30 anos e 9 meses contribuindo e em 2021 fiquei surpresa com desconto equivalente a mais de um salário mínimo no meu holerite”, reclamou Dalma.

Aposentada segura bolo cortado durante manifestação em frente à governadoria (Foto: Clara Farias)
Aposentada segura bolo cortado durante manifestação em frente à governadoria (Foto: Clara Farias)

Reforma e desconto - Como consequência da reforma da previdência no Brasil em 2019, o Governo de Mato Grosso do Sul sancionou a reforma em seu regime. Em dezembro de 2017, passou de 11% para 14% a contribuição de quem ganha acima do teto estabelecido pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a unificação dos fundos previdenciários.

Com isso, 75% dos servidores continuaram contribuindo com 11%, já que recebiam abaixo do teto, e outros 25% com 14%. A regra é para servidores ativos, inativos e pensionistas.

Depois de muita insistência, os aposentados conseguiram lei que isenta do desconto de 14% apenas os aposentados que ganham até três salários mínimos (R$ 4.236) com comorbidades, seguindo a mesma regra dos isentos pelo imposto de renda.

Após muitas negociações com manifestantes, em maio deste ano, o governador Eduardo Riedel (PSDB) também concedeu um auxílio de R$ 300 para 11 mil inativos que recebem até o teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), equivalente a R$ 7.786. O impacto é de R$ 3,2 milhões no orçamento do Estado.

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