Para vereadores instalação da CPI do Calote é dada como certa
Apenas uma “olhada” rápida já foi suficiente para o vereador Paulo Siufi (PMDB) perceber que os documentos levados hoje pela manhã à Câmara Municipal pelo secretário Municipal de Planejamento Finanças e Controle, Wanderley Ben Hur, não são suficientes para justificar a falta de pagamento a empresas que prestam serviço à Prefeitura de Campo Grande. Desta forma a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote é dada como certa.
“Pelo que eu já vi (os documentos) não são conclusivos. Eles provam que algumas empresas receberam muito, umas nem tanto e outras não receberam nada. Não tenho dúvida de que a CPI será instalada, afinal como se justifica o injustificável?”, questionou o peemedebista, responsável pelo requerimento que cria a comissão que já obteve 19 assinaturas.
O presidente da Casa de Leis, vereador Mario Cesar (PMDB), compartilha a opinião do companheiro de partido. Ele alega que para não haver CPI seria necessário que o prefeito Alcides Bernal (PP) quitasse todos os débitos com as prestadoras de serviço. “Se ele (Bernal) colocar em dia todos os pagamentos a comissão perde o efeito”, explicou.
Chance Zero – A possibilidade da não instalação da CPI do Calote é quase nula. Para que não haja investigação, Bernal tdeve colocar todos os pagamentos em dia dentro de 48 horas a contar de hoje, tempo necessário para procuradoria da Câmara analisar o requerimento da CPI com intuito de saber se há algum tipo de irregularidade no documento.
“A CPI só não será criada se houver algum tipo de irregularidade no requerimento dela”, explicou o presidente. Caso o prefeito consiga quitar os débitos após a criação da comissão, cabe aos integrantes da CPI elaborar relatório conclusivo e findar a investigação.
Impasse – No último dia 23, Siufi manifestou a intenção de instalar a CPI do Calote e anunciou que para isso já havia recolhido 11 assinaturas. Na ocasião o vereador deixou para apresentar o requerimento à Mesa Diretora na sessão seguinte.
No dia 28 de maio, novamente o peemedebista sinalizou a necessidade da criação da CPI, mas o líder do prefeito na Casa, vereador Marcos Alex (PT), solicitou prazo de seis dias para que Ben Hur pudesse apresentar documentação aos vereadores justificando a falta de pagamento às empresas.
Tal prazo se esgotou ontem às 17h, porém, novamente o petista pediu que o tempo fosse estendido até às 10h de hoje. Ben Hur chegou à Câmara uma hora depois do prazo limite, munido de alguns documentos. Para Mario Cesar este tipo de comportamento é reflexo do desrespeito do Executivo para com o Legislativo. “Esse comportamento ocorre desde janeiro. É recorrente”, concluiu.