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Política

Paraguai elege Santiago Peña para a presidência pelos próximos cinco anos

O economista faz parte da ANR, o "Partido Colorado", e mantém hegemonia da direita no país vizinho

Guilherme Correia | 30/04/2023 20:41
O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, ao lado da primeira-dama. (Foto: Divulgação)
O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, ao lado da primeira-dama. (Foto: Divulgação)

O Paraguai escolheu seu novo presidente na noite deste domingo (30). O economista Santiago Peña, de 44 anos, foi eleito o novo líder do país vizinho, segundo dados do TSJE (Tribunal Superior de Justiça Eleitoral) paraguaio. Por volta das 20h, mais de 90% das urnas eletrônicas já haviam sido contabilizadas e deram maioria do colorado.

Ele assumirá o cargo no dia 15 de agosto, com mandato de cinco anos. Com 97,45 % das urnas apuradas, o resultado é o seguinte:

  • Santiago Peña: 42,67%
  • Efraín Alegre: 27,5%
  • Payo Cubas: 22,9%

Ele tinha apoio do ex-presidente Horacio Cartes e ambos eram da ANR (Associação Nacional Republicana), partido paraguaio de direita. Foram mais de de 1,2 milhão de votos recebidos.

Em seu discurso após a vitória, ele agradeceu aos milhares de paraguaios e paraguaias que “entregaram seus sonhos nesta jornada”. Ele afirma que defende um projeto conciliador e patriótico.

Ele também mencionou o líder cartista, Horacio Manuel Cartes Jara, que atualmente preside a ANR. “Admiro a imensidade de sua qualificada obstinação pela sorte do Partido Colorado”.

“Depositaram em nossas mãos sua confiança para que amanhã melhoremos e iremos melhorar. Todos estamos moralmente obrigados a exercer um papel no lugar que vivemos. Somente assim poderemos enfrentar com êxito a pobreza, a corrupção e a impunidade”.

O país vizinho detém uma das economias que apontam para crescimento, com previsão de ampliar 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para 2023, segundo o Fundo Monetário Internacional. Entretanto, por lá, o índice de pobreza chega a 24,7% da população. Peña propôs a criação de 500 mil empregos como uma das formas de sanar o problema da desigualdade.

Apoio cartista - Parte dos opositores alegam que o líder o qual o presidente eleito tem ligações possui casos de corrupção em seu histórico. O Departamento de Estado dos Estados Unidos vetou a entrada de Horacio Cartes, em 2022, após acusá-lo de atos de "corrupção significativos", o que ele nega.

Cartes, um rico empresário do ramo do tabaco, governou o Paraguai entre 2013 e 2018 pelo conservador Partido Colorado. Ele foi condenado na Justiça e deve ser extraditado dos EUA para o Paraguai. Durante a campanha, Peña teve que dar explicações sobre seu antigo chefe.

O Partido Colorado domina a política paraguaia desde a década de 1950, mas, recentemente, acreditava-se que a popularidade do partido estaria em baixa por uma economia em desaceleração e acusações de corrupção. Economia, acusações de corrupção e opiniões dos candidatos sobre Taiwan - mesmo que a China seja o principal importador de produtos paraguaios - foram os principais temas de campanha.

O Paraguai é uma das 13 nações que mantêm relações diplomáticas formais com a ilha que os chineses consideram seu território. Os adversários criticam que esses laços dificultaram a venda de soja e carne bovina para o Dragão Asiático, um grande comprador global, e disse que a economia agrícola do país não obtém retorno suficiente de Taiwan. Peña disse que manteria laços com Taiwan.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), parabenizou ao presidente paraguaio pela vitória. “Boa sorte no seu mandato. Vamos trabalhar juntos por relações cada vez melhores e mais fortes entre nossos países, e por uma América do Sul com mais união, desenvolvimento e prosperidade”.

Histórico de Peña - O economista com formação nos Estados Unidos e passagem pelo Fundo Monetário Internacional foi ministro da Fazenda do Paraguai durante o governo de Horácio Cartes (2013 a 2018) e, durante seu tempo no ministério, ele se filiou ao Partido Colorado, o mais tradicional do Paraguai.

Essa foi a segunda vez que ele se candidatou: em 2018, ele perdeu as primárias do Partido Colorado para o atual presidente, Mario Abdo Benítez.

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