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Política

Paulo Pedra diz que índios e produtores são igualmente brasileiros

Luciana Brazil e Kleber Clajus | 26/11/2013 12:50
Presidente da Acrissul ocupa tribuna para falar sobre conflitos de terra no Estado. (Foto:Marcos Ermínio)
Presidente da Acrissul ocupa tribuna para falar sobre conflitos de terra no Estado. (Foto:Marcos Ermínio)

O vereador Paulo Pedra (PDT) questionou, na manhã de hoje (26), durante a sessão da Câmara de Vereadores, em Campo Grande, o uso adequado das terras indígenas em Mato Grosso do Sul. O parlamentar afirmou que indígenas e produtores são igualmente brasileiros.

“Quem é mais brasileiro? O índio não é mais brasileiro do que eu e eu não sou mais brasileiro do que índio”, disparou.

Pedra questionou o uso das terras indígenas. “Não gostaria de ver uma terra que produz sendo dada ao povo indígena. Essas terras indígenas estão sendo usadas adequadamente?”.

Os conflitos no Estado, envolvendo produtores e índios, foram motivo de discussão na Casa de Leis. Ocupando a tribuna, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia, afirmou que 20 áreas já foram invadidas no Estado.

Segundo ele, o que tem travado a pacificação são, justamente, as próprias invasões. “Se eles (índios) voltarem atrás, poderemos voltar à mesa de negociação”.

Para o vereador Carlão, (PSB) os índios são responsáveis pela situação de violência nos conflitos. “Quem está criando a violência são os índios. Tem muita demagogia e política em cima da questão indígena”, disparou.

A vereadora Juliana Zorzo (PSC), proponente de uma audiência pública sobre paz no campo, que será realizada no dia 5 de dezembro, engrossou o discurso de pacificação dizendo que os erros não podem ser cometidos novamente.

“Não podemos deixar que erros do passado continuem acontecendo hoje”.

Conforme o vereador Zeca (PT), "quem tem culpa neste conflito é o Estado que titulou terras que eram indígenas”.

O presidente da Acrissul disse que a questão “é delicada e complexa”. Em discurso na tribuna, Maia citou o relatório da Polícia Federal, onde, segundo ele, são apontados indícios de violência por parte dos índios durante reintegração de posse da Fazenda Buriti, em Sidrolândia.

“Somos atacados por uma verdadeira guerrilha com ação de milícia. Deram tiro na Polícia Federal e na Polícia Militar. Como vamos receber essas pessoas na propriedade, com óperas e flores?”, ironizou.

Zeca criticou o leilão de resistência planejado pelos produtores que pretendem arrecadar dinheiro para garantir segurança. “Querem cravar uma milícia popular se armar para os fazendeiros defenderem suas terras”.

Chico rebateu a ofensiva e disse que, na verdade, os fazendeiros querem é arrecadara recursos para criar “um grupo de resistência que é um direito quando não se encontra as forças do estado para se proteger”.

“Não queremos partidarizar, mas queremos fazer esforço em busca de uma solução. Peçam aos índios que desocupem as áreas para voltarmos à mesa de negociação”.

Até a audiência, o vereador Zeca espera que o representante do povos indígenas também seja ouvido pelo plenário “para que tudo possa ser imparcial”.

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