PDT vai resgatar origem trabalhista com nova política, diz Schimidt
João Leite Schimidt assumiu hoje o comando regional do PDT
O novo presidente estadual do PDT, João Leite Schimidt, experiente político de Mato Grosso do Sul, disse que a sua legenda vai resgatar a origem trabalhista, de defesa ao empregado, além de se adequar ao que chama de "nova política", diferente das ações do passado. Ele ainda convocou a militância para as eleições de 2018, para disputa do governo estadual.
Aos 81 anos, Schimidt assumiu novamente o partido, depois de um acordo com o deputado federal, Dagoberto Nogueira, que vai se dedicar mais a sua reeleição ano que vem. A intenção é evitar que os demais integrantes da chapa, se sentissem prejudicados, com Dagoberto a frente do partido.
Schimidt explica que a política antiga tinha os comícios, contratação de artistas, entrega de camisetas, chaveiros e bonés e que tudo isto foi proibido. "Antes se trazia o Chitãozinho e Chororó e lotava de gente, para depois você falar e ser ouvido, hoje em reuniões só vai os militantes, o foco é na TV, rádio e internet".
Ele disse que "está aprendendo" a se comunicar com os novos eleitores. "O Odilon (Oliveira) por exemplo, já fazia palestras sobre temas da sociedade de forma permanente, esta é a nova política, nós temos que aprender com o novo modelo e não ensinar (política) a velha. O eleitor não quer mais a política convencional".
Foco do partido - Schimidt disse que o PDT precisa focar e resgatar sua bandeira "trabalhista", de defesa ao empregado e não empregador. "Era um partido muito ligado ao (Leonel) Brizola, chamado até de 'brizolista', mas depois que ele morreu, ficou meio perdido e parado no tempo, hoje estudamos e repassamos a origem do partido, aos novos militantes".
Com o plano de ter um candidato ao governo, o juiz aposentado Odilon de Oliveira, o novo presidente fez questão de "convocar" a militância para o ano que vem. "Uma campanha para governo é uma guerra, por isso temos que preparar nossa infantaria, a alma do partido é o militante e não as principais lideranças. Será uma guerrilha urbana".
Conflitos - Também comentou sobre antigas saídas do PDT, como no passado os deputados Onevan de Matos e Ary Rigo, assim como no último mandato, Beto Pereira e Felipe Orro, podendo ter ainda a expulsão de George Takimoto.
"Sempre envolveu a questão de projetos políticos, em 2010 o Dagoberto (Nogueira) queria ser candidato ao Senado e os deputados se alinharam com (André) Puccinelli, desta vez o Beto (Pereira) chegou no partido e já queria estar na direção. Já o (George) Takimoto envolve o voto a favor da reforma da previdência".
Alianças - Conhecido por "costurar" alianças decisivas nas eleições, Schimidt comentou que "não se ganha disputa sozinho" e que o importante é "saber dialogar" e buscar entendimento. "Deus precisou fazer aliança com Abraão e Moisés, por isso é fundamental. Ainda é cedo para fechar acordos, que devem sair antes da eleição, não existe veto a nenhum partido".
Também comentou que cada grupo e geração política teve sua "oportunidade", citando os ex-governadores Pedro Pedrossian, Wilson Barbosa Martins, José Fragelli, ex-senador Antônio Mendes Canale, até passar por Zeca do PT, André Puccinelli e Reinaldo Azambuja. "Cada um tinha uma forma de governar e contribuiu para o Estado".
História - Schimidt começou a vida política como deputado estadual em 1974, depois se elegeu deputado federal. Deixou o mandato para assumir a função de secretário estadual de Fazenda, na gestão de Marcelo Miranda. Ainda assumiu cargo de conselheiro do TCE (Tribunal de Contas Estadual), onde se aposentou. Retornando depois para presidir o PDT, ficando na parte dos bastidores.