Pecuarista de MS diz que emprestou R$ 1,5 mi e nega ter negócios com Lula
O pecuarista de Mato Grosso do Sul, José Carlos Bumlai, negou ser lobista ou ter recebido recursos para pagar dívida de familiares do ex-presidente Lula, assim como ter intermediado negócios de empresas, com o PT e o governo federal. Comfirmou contato com o delator Fernando Baiano, inclusive que recebeu R$ 2 milhões como empréstimo para sua empresa.
Em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo", Bumlai afirmou que está perdendo dinheiro com as denúncias e que por esta razão os bancos estão se "fechando" cada vez que é relacionado a operação Lava Jato. Ele reconheceu que foi repassado R$ 1,5 milhão para uma de suas empresas, pelo delator Fernando Baiano, mas que era para pagar funcionários e não para repassar a familiares de Lula. O delator afirmou que foram R$ 2 milhões.
O pecuarista garantiu que não intermediou pagamento de empresas para o PT, que seriam usados para campanhas eleitorais, como no caso do Banco Schahin, em 2006. "Meu Deus, eu não sou filiado ao PT, esse Rui Falcão (presidente nacional do PT) até posso ter sido apresentado a ele, não tenho nenhuma ligação com ele, não faço política", disse a reportagem.
Ele mencionou que conheceu Fernando Baiano como um representante de uma grande empresa espanhola e que pode participar "sem problemas" de uma acareação com o delator, onde vai confirmar que recebeu o valor para quitar dívidas de uma transportadora de sua família. Segundo a reportagem, estas negociações foram feitas entre 2011 e 2012, em nome do grupo OSX, de Eike Batista, para compra de uma termoelétrica.
Amizade - Sobre a amizade com o ex-presidente, garantiu que é "amigo de festa, almoço e de aniversário, mas que nunca teve negócio que envolvesse Lula". O pecuarista revelou que o conheceu por meio do ex-governador Zeca do PT, em 2002, antes da campanha eleitoral. "Ele foi a minha fazenda e ficou uns 3 ou 4 dias, foi embora, depois se candidatou e ganhou, e nunca mais voltou a nenhuma fazenda minha".
Bumlai afirmou ao jornal que durante os oito anos que o presidente esteve no Palácio da Alvorada, foi apenas duas vezes no gabinete e que não tinha um "crachá", com acesso livre, como dizem. Nestes encontros tratou sobre " terras indígenas"e proprietários rurais, já que na época pertencia a Acrissul (Associação de Criadores do Mato Grosso do Sul) e era membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
"Eu achava que esse negócio, a terra indígena, tinha que ser resolvido. O governo federal loteou o Mato Grosso do Sul, de repente vira terra indígena e não pode indenizar os proprietários a não ser pelas benfeitorias", argumentou.
Disse também que nunca esteve em viagem internacional com Lula. "Encontrei com ele uma vez ou duas vezes, não me lembro bem. Nunca fui em viagem com o presidente da República. Então, essa mistificação, o amigo do Lula, é meu amigo, como ele tem 20, 30 amigos".