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Política

Pollon emplaca esposa e irmão em cargos de chefia e inicia “racha” no PL

Decisões consideradas monocráticas do deputado federal causaram surpresa e instalaram crise interna na sigla

Por Jhefferson Gamarra | 26/10/2023 14:23
Encontro de Marcos Pollon e a esposa Naiane com o ex-presidente Jair Bolsonaro e Michele, em Brasília (Foto: Divulgação)
Encontro de Marcos Pollon e a esposa Naiane com o ex-presidente Jair Bolsonaro e Michele, em Brasília (Foto: Divulgação)

Estreante na política, o deputado federal Marcos Pollon, que assumiu o comando do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso do Sul em junho, após indicação da executiva nacional, vem tomando atitudes consideradas monocráticas dentro da sigla.

Nas duas últimas semanas, emplacou a própria esposa Naiane Bittencourt como a presidente regional do PL Mulher e o irmão, Gabriel Pollon, como o presidente do partido em Campo Grande.

A chancela de Naiane para comandar as correligionárias mulheres aconteceu na semana passada durante encontro em Brasília com o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro.

"É um grande privilégio ombrear com minha esposa a liderança do partido no Estado. Agradeço o voto de confiança e tenho certeza que ela muito bem representará nossas mulheres. Vamos manter o trabalho que estamos fazendo, fortalecendo a direita e o partido no Estado", comemorou o deputado federal em comunicado enviado à imprensa.

Gabriel Pollon ao lado do irmão, o deputado federal Marcos Pollon (Foto: Divulgação/Redes Sociais)
Gabriel Pollon ao lado do irmão, o deputado federal Marcos Pollon (Foto: Divulgação/Redes Sociais)

Nesta semana, também sem consultar os demais membros do partido, o deputado federal anunciou seu irmão, o advogado Gabriel Pollon, para comandar o partido em Campo Grande. Nos bastidores do partido, o nome de Gabriel é tido como um dos pré-candidatos à prefeitura da Capital.

As decisões unilaterais do presidente do PL, colocando parentes em cargos de comando, pegaram os demais membros do partido de surpresa, instaurando uma crise interna às vésperas das eleições municipais.

O deputado estadual Carlos Alberto David, o Coronel David (PL), comentou que soube das decisões de Marcos Pollon pela imprensa e que em nenhum momento a indicação da esposa e do irmão foi informada ou consultada entre os correligionários. "Nada foi conversado. Nada foi discutido. E nem fui consultado. Afinal, fui o deputado mais bem votado na Capital e no Estado pelo partido, soube pela imprensa", lamentou David.

Ainda de acordo com David, no último sábado, o deputado federal esteve em sua residência na companhia do irmão, que foi nomeado como presidente do PL em Campo Grande; no entanto, o assunto sequer foi comentado.

"Inclusive no sábado eu recebi a visita do Pollon em minha casa e ele estava com o irmão dele. Esse assunto não foi discutido. As decisões que envolvem o partido estão sendo tomadas de forma unilateral. Certamente irei conversar com os demais deputados. Possivelmente o irmão deve ter mais experiência e conhecimento político que os deputados eleitos pelo partido. Deve ser isso", disparou o deputado estadual.

Apesar das críticas internas, as decisões tomadas pelo presidente do PL são vistas com tranquilidade pelo deputado estadual João Henrique Catan (PL), que comentou não haver impedimento nas ações tomadas até o momento.

"A executiva nacional deu ao deputado Pollon o comando da executiva estadual do partido. Dessa forma, todas as nomeações e composições são feitas exclusivamente por ele. Não existe necessidade disso [consultar os membros] e também não há impedimento jurídico, a delegação e escolha são livres. Todo o restante e as condições que são feitas essas escolhas são assuntos internos do partido", defendeu Catan.

Em resposta, os questionamentos sobre as recentes nomeações, Pollon enfatizou que a escolha de sua esposa, Naiane Bittencourt, para a presidência regional do PL Mulher, foi feita pela presidente nacional do segmento Michele Bolsonaro e pela vice-presidente Amália Barros.

Ele afirmou ainda que a nomeação de seu irmão, Gabriel Pollon, como presidente do partido em Campo Grande, ocorreu com o objetivo de formalizar a estrutura partidária, visto que anteriormente ele mesmo figurava como presidente na cidade e que a função não possui remuneração.

“Me foi concedido colocar alguém com perfil igual ao meu e da minha confiança. Meu irmão é pessoa de reputação ilibada, conservador, casado, pai de três filhos, católico tradicional, aberto à vida, e de minha total confiança. E, principalmente, assume este ônus sem qualquer remuneração”, explicou o deputado federal.

Em relação às criticas internas entre membros do partido, Pollon informou que mantém reuniões regulares com todos, inclusive com os deputados eleitos, e que possui ainda comunicação aberta com todos os filiados e correligionários do PL.

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