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Política

Afinal, quem é o candidato da direita do ex-presidente Bolsonaro na Capital?

Briga interna entre aliados por bênção do ‘capitão’ é exposta em vídeos divulgados nas redes sociais

Por Gabriela Couto | 20/10/2023 15:24

A direita de Mato Grosso do Sul tem protagonizado brigas públicas pela bênção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desde a eleição do ano passado. De lá para cá, tudo piorou entre políticos que querem parte dos 880.606 votos, ou seja, 59,49% dos eleitores que votaram no capitão.

Disputa se tornou mais acirrada nas últimas semanas, quando vídeos com participação do ex-presidente se espalharam nas redes sociais. Tudo para conseguir se viabilizar como candidato da direita bolsonarista nas eleições de 2024.

Nesta sexta-feira (20), o presidente do PL em Mato Grosso do Sul, deputado federal Marcos Pollon, divulgou mensagem com Bolsonaro afirmando que haverá candidatura própria na Capital. E que em um eventual segundo turno, a direita irá se unir contra um eventual candidato de esquerda. Para a reportagem, Pollon reforçou que haverá apenas um único nome da direita na corrida pelo Paço Municipal e que esta definição ocorrerá em março do ano que vem.

Presidente do PL em MS, deputado federal Marcos Pollon, ex-deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar (PRTB) e a prefeita de Campo Grande Adriane Lopes (PP) estão entre os nomes que poderão ter o apoio de Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Presidente do PL em MS, deputado federal Marcos Pollon, ex-deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar (PRTB) e a prefeita de Campo Grande Adriane Lopes (PP) estão entre os nomes que poderão ter o apoio de Bolsonaro (Foto: Reprodução)

De acordo com o homem de confiança de Bolsonaro no Estado, Aparecido Andrade Portela, o tenente Portela, essa é uma discussão que só tem prejudicado o ex-presidente. “É muito cedo para indicar um nome. Claro que o [ex]presidente da República tem intenção que o PL venha a ter candidato sim na Capital, mas não quer dividir a direita. O deputado Pollon pode vir a ser um pré-candidato, mas também tem outros que querem. Também poderemos compor sim com a candidata do PP [Adriane Lopes], e acompanhar a senadora Tereza Cristina”.

Ele é suplente da senadora e atual chefe da Defesa Civil da Capital. Considerou que as publicações na mídia citando uma possível ‘traição’ do ex-presidente com Tereza é resultado das conversas que surgiram nas últimas semanas, com vários nomes atrelados a Bolsonaro.

A senadora reforçou que não vê neste momento uma definição do PL ou mudança de horizontes. “Em princípio todo partido trabalha com candidatura própria, ainda mais a muitos meses ainda da eleição. A senadora continua a dialogar com o presidente Bolsonaro e demais líderes dos partidos do arco da direita”, acrescentou a assessoria de imprensa dela, por meio de nota oficial.

Polêmica – Parte da polêmica começou quando trechos da participação do ex-presidente Jair Bolsonaro em um evento da direita em Amambai, a 360 km de Campo Grande. No vídeo ele enfatiza que não fará campanha contra Tereza ‘de jeito nenhum’. “Mas se o [Capitão] Contar ou outra pessoa tiver vontade de disputar a Prefeitura, em havendo segundo turno, a gente apoia contra a esquerda”, destacou.

As imagens na íntegra foram postadas pelo palestrante do evento, Beto Figueiró, que foi candidato a vice-governador na chapa do ex-deputados estadual Renan Contar, o Capitão Contar.

Ele declarou que trechos das imagens foram editadas e divulgadas. “Não acho que foi o Contar que fez. Porque eu o conheço e sei que não seria capaz de fazer isso. Mas o vídeo veiculado de forma irresponsável. Pois a fala dele [Bolsonaro] foi dando puxão de orelha na nossa chapa, exigindo mais responsabilidade. Vejo que a direita não pode se deixar levar por projeto de umbigo e ego”.

Beto deixou o PRTB e já se declarou pré-candidato a prefeito da Capital pelo Partido Novo. “Não dependo do apoio de ninguém para sair candidato, acho que a direita vive um momento que inspira maturidade. Tem fontes de inspiração, com figuras políticas nacionais e internacionais. Mas a direita não pode ficar esperando a bênção do Bolsonaro. Não sou ingrato, reconheço que o apoio dele foi importante na eleição do ano passado, mas o aspecto político passa por muitas outras coisas. Se não for possível uma unidade no primeiro turno, haverá aglutinação no segundo turno”.

Já Contar, que recebeu 612.113 votos para governador no ano passado, disse que a discussão de uma candidatura a prefeito da Capital será feita no ano que vem. “Agora é momento de especulação. Não é momento de se posicionar. Meu foco é poder ajudar não só Campo Grande, mas também o interior, para eleger bons candidatos, que queiram enfrentar o sistema. Isso é inegociável”, pontuou.

Ele destacou que vai participar do processo sendo candidato ou não. “Meu compromisso é inabalável de apoiar quem me apoiou e ajudar a mudar o estado, obviamente pensando em 2026. Para por pessoas de bem no Congresso Nacional. Acho que todo mundo tem direito a querer ser candidato, isso faz parte da democracia. Mas a definição sairá só depois de fechar a janela partidária”, acrescentou sem revelar se vai deixar o PRTB.

Por fim, o ex-deputado destacou que não tem gana por poder. “Quero ajudar. É um objetivo em grupo. A direita não vai votar na esquerda. Vou fazer de tudo para chegar a um único nome. Desbancar a máquina. As pessoas precisam lembrar de quem votou. Quem surrupiou a máquina pública. Quem tem nome envolvido na corrupção. Para saber quem serve ou não serve para tocar o município”.

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